A estátua do Padre António Vieira, situada no Largo Trindade Coelho, em Lisboa, foi, esta quinta-feira, vandalizada. As reações ao sucedido 'inundaram' as redes sociais, com algumas vozes do quadrante político a mostrarem o seu desagrado com o ocorrido.
O marco, que foi parcialmente pintado de vermelho e onde foi escrita a palavra "descolonização", já foi limpa pela Câmara Municipal de Lisboa.
Antes, o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, tinha publicado no Facebook uma mensagem onde afirmava: "Esperamos que até amanha [sexta-feira] a CML limpe a estátua do Padre António Vieira. Se tal não acontecer, eu próprio, com uma equipa do CDS-PP e da Juventude Popular, trataremos de fazer esse trabalho".
O líder dos Centristas escreveu ainda, no mesmo post, ser "evidente que a estes destruidores de estátuas não move qualquer intuito de debate, pois a maioria é movida pela cultura do ódio, pela ignorância e por agendas que pretendem fazer um insulto gratuito à nossa História".
Outra das vozes que se insurgiu com o sucedido foi Porfírio Silva, deputado do Partido Socialista. "Vandalizar a estátua do Padre António Vieira como demonstração contra o colonialismo... só pode ser ignorância", frisou na mesma rede social na manhã desta sexta-feira.
E acrescentou: "As grandes causas não se defendem com mesquinhez. A luta contra o racismo é, sem dúvida, uma grande causa. Mas não é defensável com mentalidade inquisitorial. Ora, mesmo para inquisidor, é preciso ser muito pequenino para confundir o Padre António Vieira com um comerciante de escravos".
Também André Silva, porta-voz do PAN, já reagiu, deixando uma questão. "Será que aqueles que picharam a estátua e os que os celebram têm consciência que este e outros actos são fermento para o movimento populista, racista e de extrema direita que eles diariamente combatem?"
O deputado do Pessoas Animais Natureza destacou também que Padre António Vieira é "conhecido pela defesa dos direitos dos povos indígenas e pela luta contra a sua exploração no século XVII."
A PSP está a procurar os autores do ato de vandalismo e, segundo fonte do COMETLIS, depois do alerta da comunicação social, foram mobilizadas equipas de investigação criminal que fizeram diligências no local "para recolher mais e melhores meios de prova" que possam levar à identificação destes.
Os danos em monumentos configuram crime público, disse o responsável da PSP de Lisboa, em declarações à Lusa, adiantando que o processo será agora reencaminhado ao Ministério Público.