"Privados estão a mais". Estado "deve ter controlo pleno" da TAP

PCP defende um "controlo público efetivo" da TAP, afirmando que os "interesses privados estão a mais" na companhia.

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Melissa Lopes
03/07/2020 10:57 ‧ 03/07/2020 por Melissa Lopes

Política

PCP

Bruno Dias, do PCP, sublinhou, numa declaração feita esta sexta-feira na Assembleia da República, que a questão essencial "é a defesa da TAP enquanto companhia aérea de bandeira" e a "necessidade de colocar a empresa efetivamente e verdadeiramente ao serviço do desenvolvimento e da soberania nacional". 

Questionado sobre se o PCP também defende que seja feita uma auditoria à gestão privada, o deputado reforçou que, com a proposta da recuperação do controlo público da TAP apresentada na Assembleia da República, o partido estava estava a "colocar em cima da mesa a necessidade de avaliar e apurar, inclusive no plano jurídico, as responsabilidades relativamente às opções que foram sendo implicadas". 

"Temos vindo a sublinhar, e agora as questões colocam-se ainda com mais clareza: os interesses privados estão a mais na TAP", atirou o comunista, defendendo a necessidade de projetar a companhia aérea para o futuro, de definir uma estratégia de desenvolvimento e de "efetivo alinhamento com o interesse nacional". 

"Respeitando e defendendo os interesses e os direitos dos trabalhadores da TAP", disse ainda o deputado do PCP, "aquilo que se coloca neste momento é apurar exatamente as opções que foram assumidas ao longo dos anos, as suas responsabilidades e consequências". 

O PCP espera que o Estado assuma o controlo público e efetivo da empresa "de uma forma muito clara, concreta e decidida", de modo a não permitir que esteja ao serviço e interesses de privados e, "muito menos, colocando a TAP perfilada para o futuro como uma espécie de apêndice de uma qualquer companhia aérea estrangeira". 

O partido lembra que o Estado  era o maior acionista até hoje, o que não garantiu o controlo da gestão, que era privada. "Nós defendemos que o Estado deve ter o domínio pleno da companhia, do ponto de vista acionista e, principalmente, do ponto de vista da gestão". 

Antes do PCP, o Bloco de Esquerda pediu uma auditoria à gestão privada da TAP e afirmou ter "dúvidas" quanto ao plano estratégico, de reestruturação e de gestão da companhia que quer ver esclarecidas. 

O Governo anunciou ontem o acordo com os privados em que o Estado passa a deter 72,5% do capital da TAP. 

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