"Sabemos que muitos dos problemas que o país enfrenta não são de hoje, e que a covid-19 não explica tudo", afirmou Jerónimo de Sousa, aludindo aos "problemas estruturais acumulados por décadas e décadas de política de direita", que "o vírus expôs de forma mais crua".
Daí a necessidade de "Portugal pôr em marcha um verdadeiro programa de desenvolvimento do país", elaborado "sem esquecer as grandes lições que se retiram da atual situação", e com enfoque na importância "do papel dos trabalhadores", dos "serviços públicos", da "produção nacional" e de ter "os setores estratégicos nas mãos do país", acrescentou.
Na Foz do Arelho, no concelho das Caldas da Rainha, onde discursou perante cerca de uma centena de militantes e simpatizantes que participaram na tradicional "Festa de Verão", Jerónimo de Sousa vincou a necessidade de modernização das atividades económicas, de "recuperar para o país o que nunca devia ter sido privatizado", e construir infraestruturas e recuperar serviços essenciais.
Considerando que o Orçamento Suplementar (aprovado em 17 de junho com a abstenção do PCP) trouxe "injustiça e retrocesso", o líder dos comunistas reafirmou que as propostas do partido para o próximo Orçamento do Estado (OE) vão incidir no fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde e da segurança social, numa justa política fiscal, no combate à precariedade e na luta pelos direitos dos trabalhadores.
A preparar o XXI congresso do partido, que decorrerá entre 27 e 29 de novembro, sob o lema "Organizar, Lutar, Avançar -- Democracia e Socialismo", Jerónimo de Sousa apelou à participação política dos militantes.
"Temos muito trabalho pela frente, que exige ter um partido a funcionar e a intervir a todos os níveis", afirmou o secretário-geral, aludindo à preparação da Festa do Avante, das eleições presidenciais e da ação junto dos trabalhadores e das empresas.