Sucessão no PS cria "relação envenenada" entre Costa e Pedro Nuno Santos

Marques Mendes considera que o processo de sucessão de António Costa na liderança do PS já arrancou e antecipa uma "relação envenenada" entre o primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas.

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Melissa Lopes
12/07/2020 22:33 ‧ 12/07/2020 por Melissa Lopes

Política

Marques Mendes

Luís Marques Mendes afirmou este domingo que a corrida à sucessão de António Costa no Partido Socialista já se encontra em marcha, considerando que a entrevista de Pedro Nuno Santos à RTP foi um sinal disso mesmo. 

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, que lidera dossiers complexos como a reestruturação da TAP, disse que jamais apoiaria um candidato da Direita nas eleições presidenciais, assumindo, portanto, que não votaria em Marcelo Rebelo de Sousa. 

No entender do comentador da SIC, com estas declarações, Pedro Nuno Santos demarca-se de António Costa, uma vez que o primeiro-ministro tem demonstrado apoiar a recandidatura do atual chefe de Estado. 

Para Marques Mendes, o posicionamento do ministro socialista enquadra-se num processo de sucessão que já começou e da qual faz também parte Fernando Medina. "Os dois delfins de António Costa", considerou o social-democrata, são os dois pretendentes à liderança do PS, tendo ambos vindo "marcar posições". Medina fê-lo na semana passada com "declarações fortíssimas" que, em última instância, eram críticas ao Governo. Pedro Nuno Santos fê-lo durante a entrevista à RTP

Todavia, Marques Mendes vê três problemas nas declarações do ministro Pedro Nuno Santos. Em primeiro lugar, um problema para o próprio. "É um ministro a discordar, em público, do seu primeiro-ministro. Pode criar-se aqui uma relação envenenada entre os dois", apontou. 

O segundo problema é para António Costa que, na opinião do social-democrata, "começa a perder autoridade". "Quando se começa a falar na sua sucessão, Costa já não é respeitado da mesma maneira", o que, considera Marques Mendes, "é um problema sério para o primeiro-ministro". 

O terceiro problema que o comentador observa decorrente do posicionamento de Pedro Nuno Santos é o facto de, mesmo existindo uma relação envenenada, que já existe, "os os dois vão ter de conviver enquanto o Governo durar", uma vez que o ministro das Infraesturas não pode sair nem o primeiro-ministro o pode tirar do Executivo, tendo em conta os dossiers que tem em mãos. Esta situação propícia uma "paz podre" no Governo, observou Marques Mendes. 

Por fim, o comentador assinalou que as declarações de Carlos César, que afirmou que os pretendentes a sucessores de Costa vão ter de esperar um bocado, é justamente "o reconhecimento de que há um problema" no PS. Uma 'Guerra dos Tronos'.

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