CDS-PP e Chega pedem demissão da ministra do Trabalho e Segurança Social

Os líderes de CDS-PP e Chega pediram hoje a demissão da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, devido à entrevista ao Expresso da governante, que desvalorizou os surtos de covid-19 em lares de idosos.

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Lusa
15/08/2020 19:41 ‧ 15/08/2020 por Lusa

Política

Ana Mendes Godinho

O presidente democrata-cristão, Francisco Rodrigues dos Santos, declarou ao mesmo jornal semanário que "a continuidade em funções" daquela responsável pela tutela "é uma questão de saúde pública - que se mantenha em férias e dê lugar a outro".

Segundo o líder centrista, as declarações da ministra são "afirmações que parecem retiradas de um filme de terror" e "Portugal não tem uma ministra da Solidariedade Social, tem uma ministra da Insensibilidade Social".

O deputado único do Chega, André Ventura, entregou no parlamento um requerimento para que Ana Mendes Godinho dê explicações a propósito da tragédia ocorrida no lar de Reguengos de Monsaraz, Évora, onde morreram 18 idosos.

"Para além da absoluta incúria e negligência na fiscalização das entidades que deveriam estar na linha da frente na prevenção do contágio e disseminação da covid-19, a governante (...) revelou frieza, desinteresse e uma enorme negligência" e não reúne, assim, quaisquer condições para continuar no exercício do cargo", lê-se em comunicado do partido populista de direita.

Entretanto, o PSD também decidiu chamar a ministra do Trabalho e a da Saúde ao parlamento, com caráter de urgência, "para explicarem o sucedido".

Na entrevista, Ana Mendes Godinho admitiu falta de funcionários nos lares, lembrando que há um programa para colmatar essa falha, mas considerou que a dimensão dos surtos de covid-19 "não é demasiado grande em termos de proporção".

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 760 mil mortos e infetou mais de 21 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal morreram 1.775 pessoas das 53.981 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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