"Este é um estado de emergência e não de expropriação aos privados em que se recrutam, sem pagar, empresas, hospitais e empresários, que veem a sua vida chocada pelo Estado, num estado de destruição socialista", afirmou André Ventura, no debate parlamentar sobre o decreto presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.
O líder do partido da extrema-direita sublinhou a falta de enfermeiros, vacinas contra a gripe e outros meios nas unidades de saúde e realçou que se há necessidade de declarar novamente o estado de emergência é "porque o Governo falhou na resposta à primeira grande fase da pandemia".
"Nós temos de salvar a saúde pública e lutar contra um dos maiores desafios da nossa História, mas também temos de não morrer da cura. Temos de ter medidas pontuais e proporcionais, mas não podemos ter restrições absurdas que matam a restauração, o comércio, os eventos", defendeu.
A Assembleia da República debateu e aprovou hoje um novo documento do Chefe de Estado que declara o estado de emergência em Portugal entre 09 e 23 de novembro para permitir medidas de contenção da doença altamente contagiosa provocada pelo novo coronavírus.
"Temos que ter limitações de circulação, mas não ridículas, que destroem as famílias e a vida social. Temos de ter limitações, mas não patéticas, que destroem o comércio, matam empregos e, a prazo, destruirão o nosso tecido empresarial", continuou.
PS, PSD e CDS-PP e a deputada não inscrita Cristina Rodrigues (ex-PAN) votaram a favor, enquanto BE, PAN e Chega se abstiveram e PCP, PEV, Iniciativa Liberal e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira votaram contra.
Esta foi a quarta votação na Assembleia da República sobre o estado de emergência, que não pode ter duração superior a 15 dias, sem prejuízo de eventuais renovações, e que já vigorou em Portugal por três períodos consecutivos durante a atual pandemia de covid-19.
Portugal contabiliza pelo menos 2.792 mortos associados à covid-19 em 166.900 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).