O economista e gestor de 78 anos equiparou o facto de "o PSD regional (Açores) aceitar o apoio do Chega para conseguir formar Governo Regional, como António Costa aceitar o apoio do PCP e do BE, em 2015".
Eduardo Catroga, em entrevista à Lusa a propósito da publicação do seu último livro "Desenvolver Portugal -- Reflexões em tempos de pandemia", da Bertrand/Círculo, disse não saber "o que é o Chega", que considera "um grupo de descontentes".
"Eu não sei o que é o Chega. Vejo-o como um grupo de descontentes. Ainda não sei qual é a expressão eleitoral nem qual será a sua filosofia política, portanto só o tempo o dirá...", limitou-se a dizer, questionado sobre a possibilidade de reedição do entendimento em futuras eleições legislativas nacionais.
Para Catroga, atual representante do maior acionista da EDP - a chinesa Three Gorges - no Conselho Geral e de Supervisão da elétrica, "em 2015, quando o PS ultrapassou as linhas vermelhas de Mário Soares e atraiu para o círculo do poder os elementos à esquerda (BE, PCP, 'Os Verdes'), que são anti-Europa, anti-euro, anti-NATO, anti-tudo, quebrou um princípio fundamental - uma regra consuetudinária, que é 'o partido que tem mais votos que deve governar'".
Implicitamente, "o principal partido oposicionista que perdeu deve ir para a oposição e deve deixar governar durante alguma tempo sem criar obstáculos decisivos", na opinião do negociador do PSD para o memorando de entendimento com a troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) e resgate do país, em 2011.
"Desenvolver Portugal -- Reflexões em tempos de pandemia" tem prefácio de José Miguel Júdice, a chancela da Bertrand/Círculo e nele se apela à "responsabilidade de partidos que representam 85% do eleitorado" (PS, PSD e CDS-PP) para "soluções governativas estáveis e coerentes".