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Pandemia não impede de ouvir "quem tem de ser ouvido", diz Marisa Matias

A candidata à Presidência da República Marisa Matias defendeu hoje que a pandemia da covid-19 não a impede de ouvir "quem tem de ser ouvido", destacando que a sua campanha já foi "desenhada para um contexto de pandemia".

Pandemia não impede de ouvir "quem tem de ser ouvido", diz Marisa Matias
Notícias ao Minuto

19:34 - 13/01/21 por Lusa

Política Presidenciais

"Com todas as dificuldades que foram trazidas às vidas das pessoas em todos os seus domínios, a política e as campanhas eleitorais não foram uma exceção, mas isso não significa que a gente possa não ouvir quem tem de ser ouvido durante a campanha eleitoral", declarou a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda.

Marisa Matias falava num hotel em Ponta Delgada, após uma reunião com a direção regional da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).

A também eurodeputada bloquista assinalou que os candidatos têm a "obrigação" de realizar "regularmente" testes à covid-19 e que a sua campanha eleitoral "já foi toda ela pensada e desenhada para um contexto de pandemia".

Para a candidata, fazer campanha eleitoral não se coaduna com distanciamento social: "Distanciamento físico precisamos de tê-lo, mas a campanha serve para ouvir as pessoas", afirmou.

Marisa Matias chegou hoje à ilha de São Miguel, nos Açores, onde realizou ações de campanha eleitoral durante a tarde.

A candidata referiu a proposta de redução dos beneficiários do rendimento social de inserção, defendida pelo Governo dos Açores, como a "prova" que não se pode "naturalizar a extrema-direita".

"Temos aqui à vista o que é que acontece quando se dá posse a um governo que depende de uma força de extrema-direita, que para governar, a primeira medida é cortar os apoios sociais aos mais pobres dos mais pobres. Estamos a falar de apoios sociais que são a média mais baixa do país", afirmou.

O Governo dos Açores é liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, contando com o apoio governativo de CDS e PPM, e suporte parlamentar da Iniciativa Liberal e do Chega.

Marisa Matias não quis comentar as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que na terça-feira disse estar "muito irritado" com as autoridades de saúde a propósito da participação no debate com todos os candidatos à presidência: "não me compete a mim comentar esta questão".

Na reunião com a UMAR, também participou, por videochamada, Lúcia Moniz, atriz de origem açoriana, que demonstrou o seu apoio a Marisa Matias.

A candidata destacou que "infelizmente" os Açores estão no "top da violência contra as mulheres", defendendo que cabe ao Presidente da República ser um "agente promotor da igualdade e da proteção" das mulheres.

"Creio que compete ao Presidente da República, à Presidente da República, ter o papel ativo nestas áreas consagradas na constituição, para evitar, e ser um agente promotor da igualdade, da proteção, do combate à pobreza, do combate às desigualdades", disse.

As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.

A campanha eleitoral começou no dia 10 e termina em 22 de janeiro. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.945.437 mortos resultantes de mais de 90,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 8.080 pessoas dos 496.552 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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