O líder do PSD constatou, esta quarta-feira, que a vacinação contra a Covid-19 está a "correr mal", desde a "distribuição que não está a ser feita como deve ser", às "sobras" que conduzem a casos de desvios de doses.
O parlamentar alertou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, para aquilo que apelida de "um dado alarmante". Segundo Rio, "temos de vacinar 70% da população adulta (cinco milhões e meio de pessoas) até ao fim de junho. Se não o fizermos, deitamos fora o verão e damos cabo ainda mais da economia nacional, sobretudo do turismo".
Ora, para alcançar este nível de vacinação, Portugal teria de administrar "cerca de 50 mil doses por dia. Até à data, estamos a dar 10 mil doses por dia, já vamos com atraso".
Para corroborar as falhas no processo de vacinação, o líder partidário acrescentou que a imunização da "população idosa foi adiada" e que teve indicação de "situações em que a segunda dose não se está a dar". O Governo decidiu, de acordo com as indicações do fabricante, administrar a segunda dose do fármaco ao 21.º dia e isso "pode começar a resvalar e pôr em causa a eficácia da vacina".
Já quanto à demissão de Francisco Ramos, o líder do PSD duvida dos motivos apontados pelo coordenador da Task Force. "[Ele] demite-se porque na tutela dele aconteceram irregularidades na Cruz Vermelha. Então, demitia-se era na Cruz Vermelha e não na Task Force. O facto de se demitir da Task Force indica que os problemas estarão na Task Force e não exatamente naquilo que ele alega".
Rui Rio espera agora que o Governo aproveite esta oportunidade para "desenhar uma Task Force que assente em população com formação para o que tem de se fazer agora", e que envolve "conhecimento e know-how de logística. Temos de ter uma pessoa forte, do ponto de vista profissional, na logística".
No lugar do primeiro-ministro, Rui Rio pediria "apoio ao Exército, que tem formação adequada para situações deste género".
Recorde-se que o Ministério da Saúde anunciou hoje que Francisco Ventura Ramos renunciou ao cargo de coordenador da Task Force para a Elaboração do 'Plano de Vacinação contra a COVID-19 em Portugal'.
A tutela alega que em causa estão "irregularidades detetadas pelo próprio no processo de seleção de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa".
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