Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, a deputada Paula Santos afirmou que "aquilo que é importante neste momento" é que "este acontecimento não constitua aqui um obstáculo agora para o prosseguimento do plano de vacinação".
Para o PCP, devem ser adotadas medidas "no sentido de que o plano de vacinação continue a decorrer" e deve ser dada continuidade ao "que estava estabelecido".
"Essa é que a prioridade, que isto não constitua agora aqui uma dificuldade na concretização do plano de vacinação e que o plano de vacinação possa decorrer e que possa inclusivamente ser acelerado, mantendo naturalmente as prioridades em função dos grupos de risco", acrescentou.
Face às irregularidades na administração da vacina que têm sido reportadas, a deputada comunista classificou-as como "abusos" e defendeu que "deve haver penalização".
Apontando que se tem "registado um conjunto de incumprimentos no fornecimento" de vacinas, Paula Santos reiterou que deve haver "intervenção do Estado para a diversificação da aquisição das vacinas", que permita aos portugueses não ficarem "reféns daquilo que são os interesses da indústria farmacêutica" e dos "acordos que foram estabelecidos entre a indústria e a União Europeia".
A comunista pediu também que as vacinas sejam vistas como "um bem público" e que sejam libertadas as patentes, "para que os países também [as] pudessem produzir".
O Ministério da Saúde anunciou hoje que o coordenador da 'task force' para o Plano de Vacinação contra a Covid-19 em Portugal, Francisco Ramos, demitiu-se do cargo, na sequência de "irregularidades detetadas pelo próprio no processo de seleção de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, do qual é presidente da comissão executiva".
O Governo indicou também que, após a saída de Francisco Ramos, o funcionamento da `task force´ "mantém-se assegurado pelos restantes membros do núcleo de coordenação", composto por elementos do Ministério da Defesa Nacional, Ministério da Administração Interna, Direção-Geral da Saúde e Autoridade Nacional do Medicamento.
A demissão ocorre numa altura em que são públicas diversas situações de vacinação indevida de várias pessoas em várias regiões do país e no dia em que arranca a vacinação em centros de saúde de idosos com 80 ou mais anos e de pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas, numa fase que abrange cerca de 900 mil portugueses.
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