A "JSD quer contribuir para dar mais visibilidade ao tema dada a sua gravidade e defende que Portugal deve ter como objetivo erradicar a prática de novos casos de mutilação genital feminina nos próximos anos", declarou o presidente da JSD, Alexandre Poço, em comunicado.
Entre as sugestões da JSD, contam-se a criação de "um organismo informal e multidisciplinar" para monitorizar e avaliar o fenómeno, "uma campanha de alcance nacional que seja estrategicamente permeável e eficaz junto das populações de maior risco", designadamente a comunidade guineense ou de origem guineense em Portugal, uma das comunidades em que esta prática é mais comum.
Outra proposta é o "estabelecimento de estratégias inovadoras e efetivas de introdução, na componente curricular do ensino básico/secundário", para "desmistificar a nociva preservação dos pressupostos sociais e culturais associados à mutilação genital feminina, nomeadamente através da disciplina de Educação para a Cidadania".
A organização juvenil social-democrata inaugurou também dois cartazes de grande dimensão em vias públicas no Porto e em Lisboa sobre esta temática.
A mutilação genital feminina -- que consiste na retirada total ou parcial de partes genitais, com consequências físicas, psicológicas e sexuais graves, podendo até causar a morte -- ainda é uma prática comum em três dezenas de países, sobretudo africanos, estimando-se que ponha em risco três milhões de meninas e jovens todos os anos e que cerca de 200 milhões de mulheres e meninas tenham já sido submetidas à prática.
Estima-se que em Portugal vivam 6.500 mulheres excisadas, na maioria originárias da Guiné-Bissau.
Leia Também: JSD envia ramo de cravos vermelhos para o Largo do Rato