Emergência. "Não há intenção do Presidente em alterar seja o que for"
O Presidente da República iniciou esta tarde a ronda de audiências com os partidos políticos com assento parlamentar sobre a renovação do Estado de Emergência. A Iniciativa Liberal foi o primeiro a ser ouvido e revelou, desde já, que irá votar contra a renovação.
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Política IL
O presidente e deputado único do Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, informou, esta terça-feira, que o Presidente da República não irá fazer alterações ao último decreto presidencial para a provável renovação do Estado de Emergência.
"Não há intenção do senhor Presidente em alterar seja o que for no decreto presidencial", afirmou o parlamentar, após ter estado reunido por videoconferência com Marcelo Rebelo de Sousa.
O facto de o documento não sofrer quaisquer alterações, esclareceu Cotrim Figueiredo, levará a que a posição do IL continue "a ser contra" o Estado de Emergência, cuja renovação será debatida e votada no Parlamento na próxima quinta-feira.
"Somos contra este Estado de Emergência e este tipo de decretos", justificou.
"Parece que o país adormeceu, parece que não há urgência"
O deputado explicou também que esta decisão do chefe do Estado deixa o Iniciativa Liberal com uma "preocupação maior": "Quando não muda nada num decreto parece que não há novidades. Já ontem, na sequência da reunião no Infarmed, tínhamos ficado um pouco com essa ideia, de que todas as intervenções foram no sentido de não dar dados suficientes para mudar seja o que for".
Para o partido, o facto de o Presidente da República "também sentir que não há dados suficientes" por parte dos especialistas ou do Governo, que, "ao contrário do que é habitual", costuma "introduzir coisas novas ou retirar coisas do decreto", sugere que se está a "tentar adormecer a situação" porque já foi tomada "a decisão política de só desconfinar no final de março".
"[Considerando] a urgência que é planear a reabertura do ensino presencial que está a causar danos todos os dias ao futuro das crianças e jovens, em primeiro lugar, mas ao país também, é uma autêntica irresponsabilidade", argumentou, defendendo que deveriam regressar às aulas presenciais os primeiros ciclos de ensino.
Cotrim Figueiredo criticou também o facto de ainda não terem passado de palavras a implementação de uma estratégia de alargamento da testagem e capacidade rastreio no país, questão que o dirigente partidário também sublinhou que não estará incluída no próximo decreto de Marcelo Rebelo de Sousa.
"Parece que o país adormeceu, parece que não há urgência. Não se pode gerir uma pandemia deste tipo só a pensar no aspeto sanitário, vai-nos custar muito muito caro, durante muito muito tempo, e considero que o Governo tem a obrigação de rapidamente inverter esta tendência", defendeu.
O Presidente da República começou hoje a ouvir os partidos com assento parlamentar, por videoconferência, sobre a renovação do Estado de Emergência.
Na quinta-feira, o Parlamento reúne-se para debater a provável renovação do Estado de Emergência, que deverá ter efeitos entre 2 e 16 de março e será a 12.ª declaração na atual conjuntura de pandemia de Covid-19.
O atual período termina às 23h59 da próxima segunda-feira, 1 de março.
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