André Silva, porta voz do PAN, anunciou, esta terça-feira, que o partido "vai votar favoravelmente a renovação do Estado de Emergência", na próxima quinta-feira, no Parlamento.
"O contexto epidemiológico mantém-se ao que tivemos há 15 dias. É verdade que o número de casos, de internados e que o índice de transmissão estão mais reduzidos, mas, ainda assim, não suficientemente para que se possa sair deste panorama de confinamento", justificou o dirigente partidário, em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, após ter estado reunido, por videoconferência, com Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo André Silva, o partido está, acima de tudo, preocupado com o que será decidido "pós-decreto presidencial" e quais serão as respostas, em particular as relativas à economia, que o Governo dará, tendo em conta o atual contexto de crise no país.
"Há setores que continuam e vão continuar fechados por mais algumas semanas ou até um mês. Por exemplo, o setor da restauração continua apenas em regime de 'take away' e é fundamental que se encontrem benefícios fiscais para que se mantenham os postos de trabalho", defendeu, insistindo que é essencial que o Estado continue e apoiar as empresas.
Do regresso ao ensino presencial à vacinação dos estudantes da área da saúde
Quanto ao ensino, o porta-voz do PAN sublinhou que, considerando que em princípio "teremos de estar confinados mais umas semanas" e que o "ensino presencial não é igual ao à distância", é necessário responder a um problema que se prende com os conteúdos programáticos lecionados:
"Não estão a ser assimilados como seria desejável. Portanto, o Governo deve rever estes conteúdos programáticos, para que a médio longo prazo possamos ter situações confortáveis a este nível", apelou.
O deputado do PAN não quis sugerir uma data para o reinício do ensino presencial "para não entrar em achismos", fazendo-o depender dos números considerados adequados pela comunidade científica.
No entanto, o dirigente admitiu que o regresso ao ensino presencial possa começar pelos alunos mais novos, que têm menos riscos de contrair a doença e menos contactos sociais até por não utilizarem, regra geral, transportes públicos.
André Silva disse também ter transmitido a Marcelo Rebelo de Sousa uma preocupação com "os dez mil estudantes na área da saúde" a estagiar, quer em hospitais, quer em unidades de saúde.
"Esses estudantes têm de ser equiparados a profissionais de saúde e priorizados ao nível do plano de vacinação", apontou.
Por fim, André Silva disse esperar que o Governo esteja já a trabalhar num plano de desconfinamento, que seja "robusto, capaz, eficiente e gradual, de acordo com determinados critérios".
"Mas, mais do que falar, neste momento, em desconfinar, interessa os apoios para a economia, as questões das políticas educativas e as relativas à vacinação", reiterou.
O Presidente da República começou hoje a ouvir os partidos com assento parlamentar, por videoconferência, sobre a renovação do Estado de Emergência.
Na quinta-feira, o Parlamento reúne-se para debater a provável renovação do Estado de Emergência, que deverá ter efeitos entre 2 e 16 de março e será a 12.ª declaração na atual conjuntura de pandemia de Covid-19.
O atual período termina às 23h59 da próxima segunda-feira, 1 de março.
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