O chefe do executivo aproveitou uma pergunta da líder do BE, durante o debate parlamentar sobre política geral, a propósito dos atrasos nos pagamentos dos subsídios de risco para trazer a comparação, "de janeiro a janeiro", a "única comparação real, séria e sustentada" de que é possível fazer sobre o número de médicos no SNS, um tema que dividiu socialistas e bloquistas ao longo da discussão do Orçamento do Estado para este ano.
"Se agora formos fazer o balanço, o resultado é muito simples: só o ano passado nós aumentámos quase tanto o número de médicos do SNS quanto tínhamos feito em toda a legislatura anterior, aquela legislatura que, seguramente, quer para mim quer para si, é uma legislatura de excelente memória", disse, envergando um gráfico no qual mostrava estes números.
Na perspetiva de António Costa, se em 2020 foi feito quase tanto como na legislatura anterior, a única coisa que se deve dizer é: "os quatro anos foram de boa memória, mas partilhe também a boa memória do ano passado e não se afaste dela porque não iríamos para bom caminho".
O BE votou contra o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).
Na resposta, a coordenadora do BE começou por referir que "ainda bem que os estudantes de medicina que começam o seu primeiro ano de internato entraram para fazer o seu percurso".
"Não nos esquecemos que levaram um ano inteiro de pandemia cada vez com menos médicos, não nos esquecemos dos enfermeiros, dos técnicos, dos auxiliares que têm contratos precários, não nos esquecemos que há profissionais de saúde envelhecidos e que o governo não avançou com a exclusividade e segurou os profissionais com a norma do estado de emergência que proíbe que eles se despeçam", contrapôs.
Assim, Catarina Martins insistiu naquelas que já tinham sido as bandeiras do BE ao longo das negociações do orçamento.
"Precisamos de vincular os precários do SNS, da exclusividade e de carreiras que tratem estes profissionais como merecem", defendeu.
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