No requerimento, assinado pelo deputado bloquista Jorge Costa, é referido que o projeto estratégico da equipa escolhida pelo Conselho Geral Independente (CGI) foi "amplamente noticiado por vários órgãos de comunicação social, mas não foi ainda enviado para a Assembleia da República".
De acordo com o BE, que cita informação veiculada nos media, "o referido projeto incluirá alterações estruturais não só à estrutura da empresa como ao serviço público internacional da RTP, mas também da agência Lusa, recuperando um projeto de fusão de meios e delegações das duas empresas públicas, um projeto apresentado e abandonado por Miguel Relvas em 2013 depois de dura oposição também na Assembleia da República".
Para o Bloco de Esquerda, "seria profundamente negativo que tal projeto avançasse sem o devido escrutínio público com a proteção do CGI".
Assim, "estando legalmente previstas audições parlamentares aos nomeados pelo CGI e sendo expectável que o citado projeto estratégico seja eventualmente enviado para conhecimento e avaliação da Comissão de Cultura e Comunicação Social, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda entende que, dadas as circunstâncias, não há razão para que o documento não tenha já sido enviado".
Nesse sentido, "ao abrigo das disposições regimentais e constitucionais, o grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda requer, com caráter de urgência, o projeto de plano estratégico da RTP para o triénio 2021-2023".
O projeto estratégico 2021-2023 prevê "explorar sinergias" com a agência Lusa "na área da gestão de espaços e na colaboração editorial".
De acordo com o documento, a que a Lusa teve hoje acesso, esta é uma das ações que Nicolau Santos, presidente cessante da Lusa, e Hugo Figueiredo, atual administrador da RTP, se propõem concretizar no período 2021-2023.
Mais qualidade e inovação nos conteúdos, estar mais perto das pessoas, investir em tecnologia digital multiplataforma e uma organização em sintonia com a atualidade são as grandes linhas do plano estratégico apresentado na candidatura ao Conselho de Administração da RTP.
Em 26 de março, o CGI anunciou que Nicolau Santos e Hugo Figueiredo foram os novos escolhidos para integrar o novo Conselho de Administração da RTP, faltando agora o terceiro elemento - a administradora financeira -, que tem de ter o parecer vinculativo das Finanças.
Leia Também: CGI da RTP afasta conflito de interesses