O PCP volta a não apoiar a renovação do Estado de Emergência, revelou esta terça-feira o secretário-geral do partido, depois de ter sido ouvido pelo Presidente da República e após as informações prestadas pelos especialistas na reunião desta manhã no Infamed.
Jerónimo de Sousa critica a "banalização do Estado de Emergência" e aponta mesmo que "a eficácia de algumas medidas que têm sido adotadas" ainda está por demonstrar.
"O Estado de Emergência apenas tem servido para impor restrições à mobilidade dos portugueses e à atividade de milhares de micro e pequenas empresas", defendeu, acrescentando que a situação só tem "aprofundado a exploração e as desigualdades com o aumento do desemprego, os cortes de salários e encerramento compulsivo de atividades".
Num encontro com militantes e profissionais da saúde, em Lisboa, Jerónimo de Sousa defendeu que Portugal "necessita de medidas de prevenção e contenção do vírus" e insistiu nas "reservas que têm motivado" o "distanciamento" do partido "em relação ao estado de emergência", antecipando a manutenção do voto contra na quarta-feira, na renovação do decreto, na Assembleia da República, em Lisboa.
O secretário-geral do PCP reiterou que o importante é investir na testagem massiva, rastreio de todos os novos casos e contactos e na garantia da vacinação rápida de todos.
"A solução não pode ser insistir no fecho de atividades", insistiu. "Sublinhamos que o que é preciso é tomar as medidas alternativas ao confinamento, para que ele acabe e não se repita. A opção não pode ser confina, desconfina, volta a confinar."
"É com preocupação que verificamos que a grande maioria dessas propostas dirigidas ao reforço do SNS ainda não tiveram concretização, nomeadamente o reforço da estrutura de saúde pública fundamental para o excito do combate à covid", afirmou.
Jerónimo de Sousa criticou ainda a estratégia da União Europeia para a aquisição de vacinas, argumentando que "as farmacêuticas não estão a cumprir com o acordado", referindo-se aos atrasos.
Nos últimos meses, o PCP tem votado contra a renovação do estado de exceção, que tem passado no parlamento com os votos a favor do PS e PSD.
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