CDS diz que consensos estão "sobrevalorizados", como Salazar apreciava
O presidente nacional do CDS-PP defendeu, este sábado, em Santa Maria da Feira que os consensos político-partidários em Portugal estão atualmente a ser "sobrevalorizados", o que considera semelhante ao modelo de partido único da ditadura salazarista.
© Lusa
Política 25 de Abril
"Creio que hoje, em Portugal, os consensos estão muito valorizados e quem gostava muito de consensos era Salazar, que acreditava que nem sequer eram precisos partidos políticos. Tinha um único, que acreditava que congregava todas as sensibilidades", disse Francisco Rodrigues dos Santos, na apresentação dos candidatos autárquicos ao concelho do distrito de Aveiro.
As declarações do líder do CDS-PP surgiram a propósito do desfile comemorativo dos 47 anos da Revolução dos Cravos, organizado pela Associação 25 de Abril e que se realiza no domingo em Lisboa.
Inicialmente, os organizadores proibiram a participação no desfile da Iniciativa Liberal, mas, após críticas de "falta de sensibilidade política" por parte do PS e de outras estruturas políticas, a associação acabou por recuar e abrir o evento a todos os interessados.
Francisco Rodrigues dos Santos não mencionou partidos nem quaisquer outras entidades em específico, mas declarou: "É curioso verificar que, 47 anos depois, ainda há quem se julgue dono do 25 de Abril e queira a liberdade só para si. É ainda muito estranho que haja quem no 25 de abril, em vez de contrariar o paternalismo ideológico de algumas forças de esquerda, queira juntar-se a elas no cortejo".
Novamente sem identificar de forma clara as entidades das quais pretendia demarcar-se, o líder popular continuou. "No CDS sabemos de que lado estamos, quem temos que representar e quem são os nossos adversários políticos. Só existe democracia se houver uma direita que não tenha medo de se afirmar enquanto tal e que não dependa da esquerda para existir - nem queira afirmar-se nos termos em que a esquerda autoriza que a direita exista", referiu.
Rodrigues dos Santos quer que o país "possua uma liberdade plena", mas argumentou que essa passa igualmente pelo direito a ser-se diferente.
"Queremos também liberdade para aqueles que, como nós, a queiram usar para libertar o país do socialismo que é responsável por mais de 60% da nossa experiência governativa e que conduziu Portugal aos maiores fracassos políticos da nossa história", advogou.
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