Afinal, PSD não vai ao Congresso do Chega. "Há limites"
Em causa estão as últimas intervenções de André Ventura sobre o partido.
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Política Congresso/Chega
O Partido Social Democrata (PSD) decidiu cancelar a sua presença na cerimónia de encerramento do III Congresso do Chega, este domingo, em Coimbra, devido à forma como André Ventura se "referiu nas suas intervenções ao PSD".
"Em face do conteúdo e da forma como o líder do Chega se referiu nas suas intervenções ao PSD, o Partido Social Democrata decidiu não se fazer representar na cerimónia de encerramento para a qual estava convidado", pode ler-se no comunicado dos sociais-democratas.
No documento, o partido começa por explicar que aceitou o convite por ser essa a atitude que a direção nacional do PSD toma relativamente "a todos os partidos com assento parlamentar – da direita à esquerda - sempre que recebe idêntico convite".
No entanto, o PSD acabou por mudar de ideias por terem sido ultrapassados os limites "da decência e do bom senso".
"É óbvio que há muitíssimas diferenças entre o Chega e o PSD e que, em democracia, ninguém pode estranhar que, num congresso partidário, essas diferenças sejam evidenciadas", reconhecem os sociais democratas. "Só que há limites que a decência e o bom senso não permitem que possam ser ultrapassados, quer na forma, quer no conteúdo das alocuções. Esses limites, tal como é seu timbre, foram, mais uma vez, ignorados pelo líder do Chega".
No mesmo texto, o PSD acrescenta que André Ventura "é livre de adotar a forma, o conteúdo e a teatralização política que achar que melhor lhe convém", mas sublinha que o partido também é livre de escolher "a resposta que entende como mais adequada às opções seguidas pelos seus adversários".
Para o encerramento do Congresso do Chega, o PSD tinha destacado um membro da CPN e dois da CPD de Coimbra.
Durante o congresso, André Ventura rotulou Rui Rio de "mau líder do PSD" e chegou a dizer que um eventual governo, sozinho, dos sociais-democratas seria idêntico a um governo do PS, de António Costa.
E desde sexta-feira que tem insistido na tese de que o Chega deve fazer "exigências" e deve "impor as condições" a um eventual acordo à direita para o Governo, com o PSD.
Durante a manhã realizaram-se as votações para os órgãos nacionais do partido - direção nacional, mesa do congresso, conselho nacional e conselho de jurisdição nacional.
À tarde, é o encerramento do congresso, com as intervenções dos convidados, designadamente de Matteo Salvini, cerca das 15h00, antes do discurso de encerramento do presidente do partido, que chegou a Coimbra já eleito em diretas, em março, a que concorreu sozinho.
[Notícia atualizada às 14h27]
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