"news_bold"> "Se já se tinha assistido a uma ameaça em Lisboa com os festejos do Sporting podíamos ter aprendido com isso. Não, não aprendemos nada. No Porto ainda foi pior do que aquilo que tinha acontecido" [em Lisboa], respondeu aos jornalistas o líder social-democrata, Rui Rio, no final de uma visita ao centro de acolhimento de Monsanto da Ajuda de Berço, em Lisboa.
Na perspetiva de Rui Rio, o que aconteceu no Porto foi "duplamente pior": "porque foi pior e pior porque já devíamos ter aprendido com o que tinha acontecido duas ou três semanas antes".
Questionado sobre se tinha ficado satisfeito com as explicações do primeiro-ministro, António Costa, sobre os acontecimentos em torno da final da Liga dos Campeões, depois de no fim de semana ter defendido que o Governo e a Câmara do Porto "deviam pedir desculpa aos portugueses", o líder do PSD foi perentório ao responder "claro que não".
"Para já, demorou não sei quanto tempo a dar a resposta e depois a resposta veio uma resposta assim mitigada a dizer que nem tudo foi bem, mas uma parte foi bem e não sei quê. Aliás, o secretário de Estado do Desporto até disse que a coisa correu muito bem. Eu diria: o que é que faria se corresse mal?", criticou.
Se fosse chefe do executivo, não tinha dúvidas sobre como proceder em relação à final da Liga dos Campeões.
"Em Portugal, os estádios estiveram vazios desde março de 2020 e, portanto, não era justo que possa haver um jogo e apenas um jogo e apenas porque não são equipas portuguesas nem público português, passarem a ter um estatuto diferente", começou por recordar.
Por isso, se o líder social-democrata fosse primeiro-ministro, defenderia a realização da final da Liga dos Campeões em Portugal "desde que não tivesse público para ser exatamente igual àquilo que foram os demais jogos", não apenas por uma questão de equidade, mas até de lógica.
"Todas as promessas que foram feitas de que tudo seria controlado, era muito difícil que viesse a acontecer com a eficiência necessária porque se pudesse acontecer com a eficiência necessária também os jogos portugueses podiam ter gente. Não faz sentido", apontou.
O líder do PSD foi ainda confrontado com as críticas feiras pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que, em declarações ao jornal Público, rejeitou as críticas de Rui Rio, acusando-o de "alguma portofobia ou desconhecimento".
Rio não respondeu e, perante a insistência da pergunta, disse apenas: "também não lhe vou responder. Foi de propósito que não respondi".
O primeiro-ministro, António Costa, reconheceu na segunda-feira que "não correu tudo bem" com a final e os festejos da Liga dos Campeões de futebol, no Porto, mas não respondeu se havia consequências políticas a retirar.
Também na segunda-feira, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, defendeu que o que se passou em Lisboa, com os festejos da conquista do título pelo Sporting, não é comparável nem se repetiu no Porto, onde se realizou a final da Liga dos Campeões de futebol.
A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte aconselhou no domingo vigilância e redução de contactos nos próximos 14 dias a quem frequentou no sábado, no Porto, locais relacionados com a final da Liga dos Campeões, em futebol.
Milhares de adeptos ingleses rumaram entre quinta-feira e sábado ao Porto para assistir à final da mais importante competição de clubes de futebol, no Estádio do Dragão, numa afluência que causou uma forte presença em locais como a Ribeira, onde se registaram desacatos.
No sábado, após o final do jogo que o Chelsea venceu por 1-0 ao Manchester City, dois adeptos ingleses foram detidos pela PSP após terem agredido agentes policiais, o que fez com que um dos polícias tivesse de ser suturado na face no Hospital Santo António.
Após a partida, cerca de 50 aviões com adeptos das duas equipas partiram do aeroporto Sá Carneiro rumo a Londres e a Manchester.
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