Em comunicado, a concelhia do Bloco de Esquerda (BE) de Lisboa criticou a decisão da autarquia, presidida por Fernando Medina (PS), de não permitir a realização de arraiais, considerando que "a simples proibição, sem a oferta de qualquer alternativa, não é suficiente para impedir ou minimizar situações de risco".
"Ficou também patente nas últimas semanas que, em face de festejos e aglomerações fáceis de prever, a falta de iniciativa das entidades oficiais criou situações de risco sanitário evitável", alertam os bloquistas.
Nesse sentido, o BE defende que, além das medidas já anunciadas de compensação e apoio às coletividades, a Câmara de Lisboa deverá "promover festividades dispersas, em zonas amplas e ao livre", nas quais deverão ser disponibilizados testes rápidos à covid-19.
"Essas iniciativas devem, na medida em que tal seja possível, envolver juntas de freguesia e coletividades", sugerem.
Na terça-feira, Fernando Medina (PS) indicou que, tal como no ano passado, devido à pandemia da covid-19, os arraiais "não vão ser licenciadas nem pela Câmara, nem por Juntas de Freguesia e, por isso, a fiscalização cabe às autoridades, quer à Polícia Municipal, quer à Polícia de Segurança Pública [PSP]".
A decisão do autarca foi reiterada na quinta-feira após uma visita ao maior centro de vacinação contra a covid-19 de Lisboa, localizado no Estádio Universitário.
"É uma decisão que, como imagina, nenhum presidente de câmara gostaria de tomar, gostaríamos, aliás, de poder dar outra notícia à cidade, mas tomamos esta decisão em consciência", afirmou.
Ainda a propósito dos arraiais, Fernando Medina apelou aos cidadãos para evitarem "comportamentos de risco" e adiantou que nos próximos dias a Polícia Municipal irá realizar operações de sensibilização junto dos comerciantes e das coletividades.
Com o intuito de compensar as perdas devido à proibição dos arraiais populares, a Câmara Municipal de Lisboa pretende atribuir 2.000 euros a cada entidade promotora que habitualmente era licenciada.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.723.381 mortos no mundo, resultantes de mais de 172 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.034 pessoas dos 852.646 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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