BE quer mudança política para evitar novo escândalo imobiliário

A coordenadora do BE, defendeu hoje no Porto, uma mudança política que evite, dentro de 10 anos, que as bolhas imobiliárias com interesses cruzados que o tribunal está a investigar no âmbito do "cartão vermelho" se repitam.

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Lusa
10/07/2021 14:17 ‧ 10/07/2021 por Lusa

Política

Cartão vermelho

 

Catarina Martins falava à margem de uma visita a um bairro do Porto alvo da gentrificação, em que esteve acompanhada pelo candidato bloquista à Câmara do Porto Sérgio Aires.

"Todos os casos têm de ser investigados e retiradas as consequências de tudo o que aconteceu e o que está a ser agora investigados são casos que têm 10 anos e que se começaram a ser investigados depois do BES ter explodido", disse a dirigente partidária sobre o processo que envolve, entre outros, o ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.

E prosseguiu: "precisamos de garantir que não estamos novamente em novas em bolhas imobiliárias de interesses cruzados entre política, banca e futebol que, na verdade, daqui a 10 anos vão criar novos buracos para os contribuintes pagarem".

Enfatizando o imperioso de "que todas consequências sejam retiradas, a todos os níveis, e o Banco de Portugal, seguramente, tem de reavaliar as suas decisões", a líder bloquista apontou também ao Governo neste contexto.

"É importante também mudar a política, porque senão vamos andar de 10 e 10 anos a fazer de conta que estamos muitos espantados por haver pessoas que estoiram milhões e depois deixam as contas para os contribuintes".

Luís Filipe Vieira, de 72 anos, é a última das quatro pessoas detidas no âmbito da investigação "Cartão Vermelho" a ser ouvida pelo juiz Carlos Alexandre, antes da aplicação das medidas de coação.

Na sexta-feira, o empresário José António dos Santos foi o primeiro a prestar declarações, durante a manhã, seguindo-se, da parte da tarde, os interrogatórios de Bruno Macedo e de Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira.

Também na sexta-feira, Luís Filipe Vieira comunicou a suspensão do exercício de funções como presidente do Benfica -- nas quais foi substituído por Rui Costa -, por intermédio do seu advogado, à porta do TCIC.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), os quatro detidos são suspeitos de estarem envolvidos em "negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades".

Em causa estão "factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente" e suscetíveis de configurar "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento".

Para esta investigação foram cumpridos cerca de 44 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.

 

Leia Também: BE quer que Governo melhore condições das equipas de Saúde Pública

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