Sucessão de Rio? "Falta saber se D. Sebastião vem de Bruxelas ou Massamá"

O secretário-geral adjunto do PS acusou hoje o PSD de adotar um "radicalismo defensivo" e de ser populista e demagógico ao usar o caso de Tancos na campanha, avisando que a Direita "trabalha já numa alternativa".

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Lusa
15/07/2021 17:01 ‧ 15/07/2021 por Lusa

Política

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"Só falta saber se o Dom Sebastião virá de Bruxelas ou virá de Massamá", afirmou José Luís Carneiro, na abertura das jornadas parlamentares do PS, numa alusão implícita a Paulo Rangel e Pedro Passos Coelho.

Nas jornadas, que decorrem até sexta-feira em Caminha (distrito de Viana do Castelo), José Luís Carneiro fez ainda a defesa do ex-ministro Azeredo Lopes, que recentemente viu o Ministério Público pedir a sua absolvição no caso Tancos, mas também do atual ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

"Chamar um assunto de Estado, com essa sensibilidade, à campanha eleitoral exibiu, no mínimo, uma pulsão demagógica. No máximo, uma vertigem populista", criticou, depois de o caso Tancos ter marcado a campanha para as legislativas de 2019.

Para José Luís Carneiro, "a avaliar pela informação pública, Azeredo Lopes foi vítima de um julgamento na praça pública com danos pessoais e políticos graves e irreparáveis".

"E o mesmo tem vindo a acontecer com Eduardo Cabrita. Mas, não tenhamos dúvidas: o alvo é o PS, o primeiro-ministro, António Costa, e o Governo", frisou.

Para José Luís Carneiro, "a direita antes civilizada recorre agora aos métodos e argumentos tremendistas dos populistas", em que não interessa se tem ou não razão, "importa é dizer mal do PS e do Governo".

"Azar dos Távoras, todos os dias as instâncias judiciais têm vindo a dar razão às nossas posições", ironizou.

Para o secretário-geral adjunto, o posicionamento do PSD, que classificou como de "radicalismo defensivo", "contribui para diluir o grande espaço político de diálogo entre o centro-direita e o centro-esquerda"

"Quer pela superficialidade das posições políticas, tomadas em modo 'tweet', quer pelo radicalismo da linguagem", precisou.

O secretário-geral adjunto do PS atacou ainda as críticas do PSD quanto à escolha do Procurador Europeu - "poderia ter estado em causa o prestígio da presidência portuguesa da União Europeia" - e o recente congresso do Movimento Europa e Liberdade (MEL), que ficou conhecido como o Congresso "das direitas".

"No fim de contas o que descobriram? Que, tirando a vontade de chegar ao poder, pelo poder, sobra a vontade para desconstruir. A vontade para desconstruir as conquistas do Estado social: na saúde, na educação, na segurança e na proteção sociais", disse.

E, acrescentou, "ficaram desoladas as direitas" depois de terem ouvido do líder do PSD, Rui Rio (de quem nunca refere o nome), dizer que o partido não é de direita, e, por isso, "trabalham já numa alternativa".

"Mas que grande contributo poderia dar o maior partido da oposição, se por acaso tivesse a audácia de apresentar uma proposta política alternativa para o País. Infelizmente, não. Não têm sido consequentes", lamentou.

Na sua intervenção, José Luís Carneiro elogiou o papel do grupo parlamentar do PS na presente crise pandémica, considerando que deu "um importante contributo à valorização das funções da Assembleia da República".

O também deputado realçou iniciativas da bancada socialista em outras áreas, como a regulação do teletrabalho, a proteção dos direitos fundamentais na era digital ou maior escrutínio no sistema financeiro, e deixou também rasgados elogios ao Governo.

"Deu combate, sem tréguas, à pandemia. Conseguiu proteger o emprego, as famílias e as empresas. Liderou com sucesso a presidência da União Europeia e, em diálogo com a sociedade civil, apresentou e viu aprovado em Bruxelas um Plano que é transparente e que permite enfrentar os desafios essenciais da sociedade e do Estado", apontou.

José Luís Carneiro afirmou ainda que o grupo parlamentar do PS continuará a "combater todas as tentações de cedência à demagogia e ao populismo".

"Quando os cidadãos votam no PS sabem com o que podem contar. Seja nas eleições legislativas para formar o Governo do País, seja nas eleições autárquicas, para servir as comunidades locais. Podem contar com um legado histórico de direitos, liberdades e garantias. Podem contar com uma visão estratégica, reformista e de futuro para a sociedade e para o Estado", disse.

Leia Também: Governo vai negociar "à Esquerda" porque direita "não tem soluções"

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