A chamada "bazuca" dos fundos europeus de recuperação da pandemia de covid-19 entrou pela campanha dentro e esteve presente até ao fim, com o Presidente da República a defender hoje, depois de ter exercido o seu direito de voto em Celorico de Basto, distrito de Braga, que "seria difícil de entender" que os portugueses não votassem nas eleições que vão permitir escolher quem vai gerir esses fundos.
Mas, segundo dados oficiais da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna., apenas 20,94% dos eleitores tinham votado até ao meio-dia, mais de 1,86 milhões de pessoas, mas menos do que os 22% de participação registada até à mesma hora nas autárquicas de 2017.
O apelo ao voto marcou as declarações dos líderes partidários, que votaram maioritariamente na parte da manhã.
O primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, pediu uma "ampla participação" na "grande festa da democracia" que são as eleições autárquicas e deixou um 'aviso à navegação' de que esta não foi "seguramente" a sua última campanha eleitoral.
Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, e Rui Rio, do PSD, apelaram ao voto sublinhando a importância destas eleições na gestão e organização do dia-a-dia dos eleitores, com a líder do BE a pedir que ninguém fique em casa num dia de "eleições determinantes" e Rio a lembrar que hoje se escolhem as pessoas que vão tomar "decisões importantes".
Jerónimo de Sousa, do PCP, pediu aos portugueses para aproveitarem o desconfinamento e não deixarem de votar, o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, apelou a um combate à abstenção e ao medo, que considerou adversários da democracia.
Já a líder do PAN, Inês de Sousa Real, disse esperar que o partido viva um "dia histórico", com a eleição do seu primeiro vereador.
João Cotrim de Figueiredo, da Iniciativa Liberal, foi o líder partidário a apelar ao voto e André Ventura, do Chega, o último, defendendo ao início da tarde que hoje é dia de "celebrar a democracia" e manifestando esperança num aumento de afluência.
Segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE) foram registados problemas com boletins de voto em duas freguesias, em Águeda e Idanha-a-Nova, que continham erros e que, por isso, as eleições nestas duas localidades são adiadas por duas semanas.
Mais de 9,3 milhões de eleitores (9.323.688 cidadãos inscritos) podem votar nestas eleições autárquicas, segundo os dados do recenseamento disponibilizados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI).
As autárquicas são, de facto, três eleições em simultâneo: a cada eleitor é distribuído um boletim para eleger o presidente da Câmara do município onde está recenseado, outro para votar no presidente da Assembleia da Assembleia Municipal e um terceiro para eleger o executivo da sua Junta de Freguesia.
Serão eleitos os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal dos 308 municípios do país e os 3.091 presidentes e executivos das Juntas de Freguesia (na ilha do Corvo, nos Açores, o concelho com menos eleitores, o executivo municipal desempenha também as competências atribuídas à freguesia).
No entanto, há 22 freguesias com 150 ou menos eleitores que vão escolher os seus autarcas num plenário de cidadãos, que será agendado nos próximos dias, pelo que hoje os cidadãos destas localidades apenas votarão para os municípios.
As mesas de voto vão funcionar até às 20:00.
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