Após António Costa, Rui Rio, líder do PSD, fez a sua declaração nesta (já longa) noite autárquica, declarando um "excelente resultado". O presidente dos sociais-democratas começou por enumerar os desafios que o PSD enfrentou: "Nós tínhamos definido alguns objetivos: aumentar o número de votos, aumentar o número de eleitos, aumentar o número de presidentes de câmara e reduzir a diferença para o PS".
E, para Rio, este resultado conseguiu "tudo isto". "E conseguiu tudo isto contra as sondagens e contra muitos comentadores que andaram durante largos meses a dizer que PSD ganharia uma ou duas câmaras e não mais do que isso", acrescentou.
O líder do PSD destacou que o partido "teve mais votos" e "teve mais votos particularmente nos centros urbanos", dando como exemplos Lisboa, Porto, Setúbal, Amadora, Loures ou Sintra. "Justamente onde nos dizíamos que não íamos ter". Rui Rio frisou também que o seu partido conseguiu "muitos mais eleitos e vereadores".
Rio destacou as vitórias "em Coimbra, em Portalegre e no Funchal", ou seja, "em capitais de distrito ou de uma região autónoma". E, vincou: "Falta aqui a maior vitória que ainda podemos ter, que é justamente o concelho de Lisboa".
E, apesar de os resultados da capital não estarem fechados, o líder social-democrata deu os parabéns a Carlos Moedas: "Comprova-se que foi uma escolha acertada por parte da Direção Nacional". Quanto ao Porto, "contra todas as sondagens", tudo leva a crer "que Rui Moreira perdeu a maioria absoluta, que o PSD sobe fortemente e que o PS desce fortemente".
O que esta noite também mostrou "ser inequívoco", nas palavras de Rui Rio, foi que o PSD conseguiu "mais implantação" e um partido "mais forte". "O que dá para deduzir facilmente que estamos em muito melhores condições de ganhar as eleições de 2023".
"Este resultado é, portanto, um impulso importante para o futuro do PSD e para o futuro do país. Futuro esse que ficou provado que não se resolve com rajadas de promessas aos eleitores. Resolve-se com verdade, com propostas e com um discurso genuíno e sincero", considerou.
E criticou: "Todos aqueles que têm dito que o PSD tem de virar à direita que pensem bem se a razão está do meu lado, que queremos um PSD ao centro, que consegue ganhar câmaras ao centro, ou se querem um PSD que não seja social-democrata e se encoste à direita para disputar 4 ou 5%".
Rio deu ainda os parabéns ao CDS, parceiro de coligação em quase metade dos municípios, considerando que também Francisco Rodrigues dos Santos "conseguiu todos os objetivos que pretendia" nestas autárquicas.
E o futuro na liderança do PSD?
Questionado por várias vezes pela comunicação social se se recandidata à liderança do PSD para as diretas de janeiro, Rui Rio defendeu que, se não tivesse alcançado os objetivos a que se propôs, daria já hoje uma resposta, "porque era evidente".
"A partir do momento em que assim não é, não vou misturar os temas, hoje são autárquicas e isso é vida interna do partido", afirmou, remetendo essa discussão para um "tempo próprio", que não especificou quando será.
Questionado se a vitória em Lisboa pode significar um cartão amarelo ao Governo, Rio considerou que esse aviso não vem apenas da capital, mas do "resultado do partido como um todo". "O PS vai ter seguramente mais câmaras que o PSD, mas temos de analisar o resultado em função das circunstâncias. Face ao ponto de partida do PSD, é um excelente resultado", disse, apontando a diferença de 63 câmaras que separavam os dois partidos antes destas eleições.
"Ai é?" Rio sabe de vitória em Lisboa quando fala aos jornalistas
O presidente do PSD, Rui Rio, tomou conhecimento da vitória do social-democrata Carlos Moedas em Lisboa quando estava a falar aos jornalistas e os dirigentes sociais-democratas na sala irromperam em aplausos.
Antes de se saber o resultado na capital, Rio já tinha dito que iria ao hotel onde está montado o quartel-general de Carlos Moedas, no centro de Lisboa. "Vou lá sim senhor, porque ele merece um abraço e parabéns, independentemente de conseguir mais uns votos e ganhar ou não, quero estar com ele ainda antes de saber resultado afinal", disse.
Minutos depois, os oráculos das televisões indicavam que o atual presidente da Câmara do PS, Fernando Medina, iria reconhecer a derrota. "Ai é?", questionou o presidente do PSD, interrogado pela comunicação social, antes de os vários dirigentes do PSD irromperem em palmas e gritos "PSD, PSD, PSD".
[Notícia atualizada às 03h03]
Leia Também: Autárquicas AO MINUTO: "Populistas não têm espaço"; Lisboa é a dúvida