Quem colocou questão do CEMA "na praça pública tem de demitir-se"

O presidente do PSD defende que a questão da substituição do CEMA "não pode ser debatida nem discutida na praça pública pelo desprestígio que acarreta para as Forças Armadas", considerando "inadmissível" a atitude de quem o fez.

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Ana Lemos
30/09/2021 13:36 ‧ 30/09/2021 por Ana Lemos

Política

Rui Rio

Numa declaração aos jornalistas no Parlamento, após reunião do grupo parlamentar do PSD, Rui Rio comentou a polémica dos últimos dias, pedindo a demissão do responsável por pôr na "praça pública" a discussão sobre a alegada substituição do Chefe do Estado Maior da Armada (CEMA).

"Quem colocou esta matéria na praça pública contribuiu para o desprestígio das Forças Armadas, principalmente numa altura em que as Forças Armadas saíram altamente prestigiadas com a atuação muitíssimo positiva do vice-almirante Gouveia e Melo. [Por isso,] não mereciam que este assunto tivesse sido colocado na praça pública", vincou.

Neste sentido, prosseguiu, "quem a colocou [na praça pública] fê-lo provavelmente por questões táticas, e tem de se responsabilizar por isso. Isso para mim é claro".

"Não sei quem foi, se foi o ministro ou não", disse Rio, admitindo que o Presidente da República já tenha essa informação, "só tenho uma certeza quem o fez, é inadmissível, em qualquer circunstância, principalmente agora", Além de, acrescentou, ser "injusto para Gouveia e Melo, que não tem rigorosamente nada a ver com isso".

As críticas de Rio surgem após uma reunião em Belém, a pedido do presidente Marcelo, com o primeiro-ministro e o ministro da Defesa no sentido de esclarecer o que o chefe de Estado classificou de "três equívocos".

"O Presidente da República recebeu, a seu pedido, o primeiro-ministro, que foi acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional. Ficaram esclarecidos os equívocos suscitados a propósito da chefia do Estado-Maior da Armada", consta na curta nota divulgada pela Presidência da República após o encontro.

Reveja aqui a declaração do líder do PSD, Rui Rio

A proposta conhecida à noite que gerou a polémica do dia

Na noite da última terça-feira, a agência Lusa avançou, citando fontes da Defesa Nacional, que o vice-almirante Gouveia e Melo vai ser proposto pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, ao Presidente da República para substituir o almirante António Mendes Calado na chefia da Armada, substituindo Mendes Calado no cargo que ocupa desde  2018.

Gouveia e Melo assumiu o comando da 'task force' a 3 de fevereiro, na sequência da demissão do anterior coordenador Francisco Ramos, que esteve à frente da equipa pouco mais de dois meses.

Os chefes de Estado-Maior dos ramos são nomeados e exonerados pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, que deve ser precedida de uma audição, através do ministro da Defesa Nacional, do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), como prevê a lei orgânica das Forças Armadas.

[Notícia atualizada às 13h55]

Leia Também: Associações militares não compreendem intenção de exonerar CEMA

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