Francisco Rodrigues dos Santos anunciou, esta sexta-feira, que considera ser sua "obrigação colocar-me à disposição dos militantes do meu partido para continuar a liderar o CDS-PP". Numa declaração onde fez um balanço dos resultados que o partido alcançou nas eleições autárquicas do passado domingo, o líder destacou ainda que, "agora, é o momento certo para prepararmos as legislativas".
Como tal, 'Chicão' quer "unir o partido em torno" da sua liderança, com o objetivo de "derrotar a Esquerda no Governo do país e permitir ao CDS ser alternativa".
"Por estar absolutamente seguro de que sou a pessoa certa para continuar a atingir os objetivos do CDS como o fiz até aqui, porque estou absolutamente crente de que o CDS precisa, para se reerguer, de uma liderança forte como tenho mostrado até aqui, por sentir que cumpri o meu dever e que ninguém nas mesmas condições era capaz de fazer melhor, é minha obrigação colocar-me à disposição dos militantes do meu partido para continuar a liderar o CDS-PP", vincou Francisco Rodrigues dos Santos.
E, neste sentido, afirmou que pediu "ao presidente do Conselho Nacional a marcação de uma reunião para análise dos resultados eleitorais e marcação do próximo congresso eletivo", de modo a "ouvir o partido, discutir ideias e apresentar a minha estratégia aos militantes".
De recordar que, também hoje, Nuno Melo fez, através do Facebook, um pré-anúncio de candidatura. O eurodeputado dará a conhecer "dentro de dias" se será candidato à liderança do partido, manifestando preocupação com aspetos dos resultados das autárquicas, que não se pode "fazer de conta" que não existem.
"Partilhando a alegria nos casos justificados, entendo que o CDS também deve saber interpretar todo o quadro do processo autárquico, sem ilusões e com racionalidade, nos aspetos positivos já referidos, mas igualmente em relação aos aspetos preocupantes, para que possamos estar à altura dos desafios futuros", afirmou.
Depois de elencar e apresentar detalhadamente todas as suas preocupações com a perda de votos do partido - "preocupa-me se qualquer direção do Partido não se preocupar suficientemente com isto", refere a dada altura do texto - o eurodeputado recordou que "a história mostra" que o PSD só "relevou com justiça" o CDS-PP em coligações sempre que os centristas estiveram "fortes eleitoralmente no momento das negociações".
"Quando o partido se encontra débil, o risco é grande nos combates legislativos. Fazer de conta que os factos não são os que os números revelam, não só não resolve os nossos problemas estratégicos estruturais, como evita que os superemos com coragem", alertou.
Em julho, Nuno Melo indicou que iria apresentar uma moção no próximo congresso do partido, tendo então já explicado à Lusa que esta decisão não dependeria do resultado das autárquicas, uma vez que estas eleições não permitiriam perceber o estado geral do partido dadas as coligações.
[Notícia atualizada às 14h43]
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