Numa intervenção no plenário da Assembleia Legislativa, a deputada socialista Elisa Seixas criticou o executivo madeirense por adotar medidas que prejudicam a cultura face aos outros setores, na sequência da alteração da situação de calamidade para situação de alerta, em vigor desde sexta-feira.
Como exemplo, apontou o facto de bastar apenas apresentar o certificado de vacinação para entrar nas discotecas, ao passo que para assistir a um espetáculo cultural com mais de 100 pessoas é necessário também um teste rápido negativo e o uso de máscara.
"O Governo Regional continua a apertar o pescoço aos agentes culturais", disse Elisa Seixas, reforçando que as novas medidas "não têm explicação", apesar de o presidente do Governo Regional, o social-democrata Miguel Albuquerque, ter apelado à "razoabilidade e bom senso das pessoas".
Para a deputada socialista, o apelo do chefe do executivo é incongruente, na medida em que revela acreditar na razoabilidade de quem sai à noite para tomar copos e suspeitar das pessoas que se sentam a assistir a um concerto de música clássica.
"E a bancada que suporta o governo apoia estas medidas, que são absurdas aos olhos de toda a gente", acusou.
A intervenção de Elisa Seixas não obteve reação da maioria PSD/CDS-PP.
Em 14 de outubro, o Governo da Madeira alterou a situação de calamidade na região autónoma para situação de alerta, abolindo algumas restrições, como o recolher obrigatório, o horário de encerramento dos estabelecimentos e o uso obrigatório de máscara na rua, autorizando também a reabertura dos espaços de diversão noturna.
De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional de Saúde, o arquipélago da Madeira, com cerca de 251 mil habitantes, regista 73 casos ativos de covid-19, num total de 11.895 confirmados desde o início da pandemia, e 76 óbitos associados à doença.
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