A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, comentou esta terça-feira um "momento infeliz" da entrevista do primeiro-ministro dada na segunda-feira à RTP, na qual António Costa afirmou que o Bloco de Esquerda o queria tirar da liderança do PS.
No Twitter, Catarina Martins rejeitou ter feito tais afirmações: "António Costa atribuiu-me declarações que nunca fiz, nem farei, sobre o futuro da liderança do PS", disse, assumindo mesmo que, depois das eleições, é com António Costa que espera negociar a soluções.
"E vou debatê-las na campanha, mesmo que isso atrapalhe o apelo à maioria absoluta", assegurou.
Num momento infeliz da entrevista à RTP, António Costa atribuiu-me declarações q nunca fiz, nem farei, sobre o futuro da liderança do PS.
— Catarina Martins (@catarina_mart) November 9, 2021
Depois das eleições, é com AC q espero negociar soluções. E vou debatê-las na campanha, mesmo q isso atrapalhe o apelo à maioria absoluta.
No capítulo dos entendimentos futuros, o primeiro-ministro disse não poder dizer que irá dar continuidade à Geringonça, afirmando: "A direção do PCP diz que não quer mais Geringonça, a Catarina Martins diz que temos de tirar o António Costa da liderança do PS para haver um entendimento à Esquerda. Quem manda no PS são os militantes, ainda não é a Catarina Martins".
"Peço o voto dos portugueses para uma solução estável para quatro anos de Governo. Com maioria ou sem maioria eu não deixarei de dialogar", pediu.
Em reação à entrevista dada à RTP, Pedro Filipe Soares acusou o PS de estar "mais preocupado" com as ambições políticas e as maiorias absolutas do que em dialogar.
Após o chumbo do Orçamento do Estado para o próximo ano, ainda na generalidade, o Presidente da República deu corpo aos avisos que havia deixado durante o processo negocial: decidiu dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro de 2022.
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