Costa quer nova página com maioria absoluta. Livre contra capítulo antigo

Os caminhos do PS e do Livre cruzam-se em certas visões para o país, mas distanciam-se no modelo de governação que pretendem que saia das próximas eleições.

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© Ricardo Lopes/RTP

Notícias ao Minuto
02/01/2022 22:22 ‧ 02/01/2022 por Notícias ao Minuto

Política

Eleições Legislativas

Tanto António Costa como Rui Tavares apresentaram-se ao debate para as legislativas que foi transmitido pela RTP com o objetivo de virar a página em Portugal. No entanto, o secretário-geral do PS e atual primeiro-ministro e o fundador do Livre divergem na forma como essa página vai ser virada e com que modelo de governação isso deverá acontecer.

António Costa voltou a insistir numa ideia chave, a estabilidade. Que defende que o país só poderá ter com uma maioria absoluta do PS.

A escolha que temos de fazer é se a página que viramos é para prosseguir com uma maioria de progresso ou se é uma página de retrocesso e com o regresso às políticas de austeridade”, salientou o candidato socialista. “Se criarmos uma incerteza sobre o futuro, aquilo que vamos ter é adiamentos, paragem de processos em curso e isso é um retrocesso e temos de avançar para um novo patamar”, acrescentou.

“Nas atuais circunstâncias, uma solução estável é com a maioria do Partido Socialista”, enfatizou Costa, ressalvando que a escolha nestas eleições é “entre mim e Rui Rio”.

Mas se, por um lado, Rui Tavares esclarece que o Livre é a favor de “uma política do bota acima, que é puxar o país para acima, que é uma responsabilidade partilhada” e que quer uma “Esquerda da convergência e não da intransigência”, afasta-se do caminho de governação que o PS quer seguir.

É preciso virar a página, mas é preciso garantir que esse virar de página é para a frente e não para trás. Para novos capítulos e não para capítulos que já experimentámos no passado. Nós já experimentámos maiorias absolutas no passado, blocos centrais e foram indesejáveis e seriam ainda mais agora numa década em que é preciso aplicar os fundos europeus. É preciso integridade e escrutínio”, assinalou Rui Tavares.

“Um partido a governar sozinho não conseguirá dar respostas ao problema de como é que Portugal vai sair de uma armadilha de salários baixos. Não é só de passarmos da cauda da Europa para as costas da Europa. É sermos a cabeça da Europa em qualquer coisa”, frisou o fundador do Livre.

"Nós podemos fazer muito melhor do que discutir uma maioria absoluta, um bloco central ou uma Geringonça que não se escangalhou sozinha, foi escangalhada", disse Rui Tavares, que lançou um desafio a António Costa. 

"Nós podemos fazer um pacto para uma maioria social, progressista e ecológica que diga desde já que viabilizaremos um orçamento e um Governo, mas teremos um novo modelo de desenvolvimento para apresentar ao país, para os partidos que queiram dele participar do espetro do progressismo e da ecologia. Se António Costa me disser aqui que vale a pena pensar nisto, acho que já todos ganhámos aqui. Se chutar para canto, isso quer dizer que continuará a fazer pressão para o voto dos portugueses para algo que inclui mais uma política do passado do que do futuro, e políticas do passado não dão resultados no futuro", referiu. 

Mas o secretário-geral do PS continuou a insistir na maioria absoluta, argumentando "uma maioria não significa governar sozinho" e que "não podemos correr o risco de voltar a acontecer o que aconteceu neste orçamento durante uma situação de crise pandémica". 

"Não podemos depender de jogadas políticas", vincou António Costa. 

Rui Tavares lembrou que o primeiro-ministro "está a apresentar-se como vítima de uma situação da qual é corresponsável porque não quis um acordo multilateral por escrito". 

"Se o PS perder as eleições saio de secretário-geral"

Voltando à tónica do retrocesso, António Costa alertou para o perigo de uma coligação à Direita na sequências das eleições de 30 de janeiro. 

"Uma coligação à Direita, em que o PSD fica dependente dos liberais e da extrema-direita, como acontece nos Açores, é um retrocesso perigosíssimo para o país", advertiu o candidato do PS.

António Costa afirmou que o seu partido quer "aumentar os salários 20% em quatro anos", o que considera que não vai acontecer com um governo liderado por Rio. 

"Um governo de Rui Rio será um governo que nem o salário mínimo aumenta quanto mais o salário médio", afirmou. 

Rui Tavares destacou que "entre o PS e o Livre, é o Livre que será oposição ao PSD". 

Mas António Costa partilhou de uma ideia diferente. "Um voto no Livre não nos livra do PSD". 

O líder socialista deixou ainda uma certeza relativamente a um resultado negativo nas legislativas. "Se o PS perder as eleições saio de secretário-geral do PS". 

[Notícia atualizada às 22h54]

Leia Também: Costa assinala subida de salário mínimo nacional para 705 euros

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