Num palco montado junto ao arco da Rua Augusta, em Lisboa, onde terminou a campanha do PSD para as legislativas antecipadas de domingo, Carlos Moedas discursou antes de Rui Rio, que elogiou, considerando que "é um grande líder", que fez "uma campanha extraordinária, sem falhas", e manifestou-se convicto de que "será o próximo primeiro-ministro de Portugal".
Depois, Moedas recordou a sua vitória nas autárquicas de 26 de setembro do ano passado, contra o socialista Fernando Medina, então presidente da Câmara de Lisboa: "Há quatro meses e quatro dias estávamos aqui todos a descer o Chiado, quando ninguém acreditava. Foi aqui, meus amigos, que começámos os novos tempos".
"E hoje voltamos a sentir esse sabor, esse sabor de que as pessoas estão cansadas do dia a dia, estão cansadas daqueles que pensam que são os donos disto tudo. Não são, nós vamos tirá-los de lá, vamos à vitória, e essa vitória é o PSD", acrescentou.
O antigo secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e depois comissário europeu sustentou que "todos querem mudança" no governo do país e que "a única mudança possível é o PSD, é votar em Rui Rio".
Moedas reforçou o apelo ao voto útil: "Não há outra alternativa, meus amigos, não se enganem, se querem tirar esta governação socialista de seis anos, só o podem fazer com novos tempos, novos horizontes e com o nosso presidente Rui Rio".
A antiga presidente do PSD Manuela Ferreira Leite, que acompanhou a comitiva do PSD durante a descida do Chiado, subiu por breves instantes ao palco montado na Rua Augusta, de mão dada com Rui Rio.
Em declarações aos jornalistas, Ferreira Leite declarou-se confiante numa vitória do PSD, mas recusou fazer cenários de governação: "Digo apenas que eu acho que ele [Rui Rio] vai ganhar e que por esse motivo o António Costa se demite. É o que António Costa diz, que se demite"
Na Rua Augusta também discursou o cabeça de lista do PSD pelo círculo eleitoral de Lisboa, Ricardo Batista Leite, que Carlos Moedas apontou como um símbolo de "uma nova política, uma nova geração, uma maneira diferente de fazer política".
Batista Leite alegou que "o PS quer manter tudo como está, o PS quer manter os clientelismos de sempre", e contrapôs: "Nós queremos libertar a sociedade, nós queremos apoiar as empresas, nós queremos apoiar aqueles que querem gerar riqueza".
O cabeça de lista por Lisboa prometeu que o PSD "vai mudar o rumo também da saúde", com recurso ao privado para fazer face às listas de espera para consultas e exames e falta de médicos de família.
Por outro lado, defendeu que "o PSD está na linha da frente" em defesa da agricultura e da cultura, dois setores que acusou o PS de ter "completamente esquecido", acusando também os socialistas de falharem perante as pessoas no acesso à habitação.
"Por todo o distrito, vemos pessoas mais idosas a serem empurradas por força da especulação para fora dos lugares onde nasceram, cresceram e viveram, jovens que não conseguem comprar uma habitação, às vezes nem sequer conseguem pagar uma renda, até população ativa, pessoas da chamada classe média", disse.
O deputado acrescentou que, "por isso, o PSD apresenta propostas concretas para a habitação", que não mencionou.
Perante uma multidão com bandeiras do PSD, Batista Leite pediu a todos para não faltarem à votação no domingo: "Nós temos uma missão determinante. Isto está taco a taco, eu acredito que podemos vencer, mas todos temos de ir votar".
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