Livre deseja maioria à esquerda para ser "força de somar"
O cabeça de lista pelo Porto do Livre, Jorge Pinto, reagiu hoje às primeiras projeções dos resultados das legislativas, dizendo que o partido aguarda por resultados finais, esperando uma maioria de esquerda na qual quer ser "força de somar".
© Lusa
Política Legislativas
"Aquilo que nós queremos é ver os resultados finais e ver se há ou não uma maioria [de esquerda] progressista, plural, onde o Livre será sempre força de somar, força de diálogo, proposta e de compromisso", declarou Jorge Pinto, na Casa do Alentejo, em Lisboa.
Ressalvando que as "sondagens à boca da urna têm que ser vistas com muita cautela", o dirigente apontou que o partido "tem tentado ocupar um espaço que está abandonado há décadas na política portuguesa que é o espaço da ecologia de esquerda e europeísta".
"Tem sido a nossa missão desde a nossa fundação há oito anos, e continuará a ser nossa missão a partir de hoje, sendo certo que hoje daremos um passo firme nesse sentido", vincou.
Lembrando "experiências passadas" em que aquilo que o partido esperava pelas projeções à boca das urnas não se concretizou, nomeadamente nas legislativas de 2015, Jorge Pinto considerou que "quando a esquerda se mobiliza os portugueses respondem e respondem dando força à esquerda".
"Há um mês, muitos nos davam como um partido terminado, como um partido moribundo ou até morto e nós provámos pela nossa seriedade, pelas nossas ideias, pelas nossas propostas, provámos que somos um partido que faz falta ao país e que continuará a trabalhar para o bem comum e para a defesa de uma liberdade partilhada, ecologicamente sustentável e que não deixa ninguém para trás", sublinhou.
Questionado sobre a possibilidade adiantada pela sondagem da RTP em que o Livre pode ficar à frente de CDS-PP e PAN, Jorge Pinto disse que tal resultado "não surpreende" por saber a "força das ideias do partido", vincando sempre que é preciso cautela.
"Acreditamos que a esquerda tem de ser plural e tem de incluir uma dimensão ecológica e europeia que o Livre irá sempre trazer, repito, para debate independentemente dos resultados e dos deputados que venha ou não a eleger esta noite", acrescentou.
Estas são as terceiras eleições legislativas às quais o Livre concorre, sendo que em 2019 conseguiu eleger pela primeira vez: a deputada Joacine Katar Moreira, a quem o partido retirou confiança política cerca de três meses depois de ter sido eleita.
A legislatura atual, que terminaria apenas em 2023, foi interrompida depois do chumbo do Orçamento do Estado para 2022 ter gerado uma crise política que levou à dissolução do parlamento e à convocação de eleições antecipadas.
As projeções dos resultados eleitorais divulgadas por RTP, SIC, TVI e CMTV dão a vitória ao PS nas eleições legislativas de hoje, com entre 36,6% e 42,6% dos votos, seguindo-se o PSD, com entre 26,7% e 32,7%.
De acordo com as projeções, o Chega tem entre 3,8% e 8,5% enquanto a Iniciativa Liberal (IL) entre 3,5% e 8,5%. Bloco de Esquerda pode ter de 2,4% a 7% e a CDU de 2,5% a 6,8%.
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