A ainda deputada do CDS-PP, Cecília Meireles, considerou, na noite desta quarta-feira, que o PCP comporta-se "como um partido extremista" e defendeu que "houve um perigo para Portugal" quando aquela força apoiou o Governo, na altura da Geringonça.
"Percebemos que o PCP se comporta como um partido extremista, sem um pingo de respeito pelos direitos humanos nem pela liberdade dos povos", afirmou, na CNN Portugal, durante uma análise à posição daquele partido relativamente ao conflito na Ucrânia.
"Aquilo que ainda há um mês parecia um anacronismo do PCP, que era contra a NATO e que defendia umas coisas de política externa que pareciam meramente teóricas - e pelos vistos foram meramente teóricas enquanto estiveram a apoiar o Governo -, nós percebemos agora que estas diferenças não são assim tão teóricas e que têm consequências práticas muito, muito relevantes", defendeu.
A democrata-cristã recordou as palavras de Paula Santos, convidada para próxima líder parlamentar dos comunistas, quando disse que foi a União Soviética que garantiu, durante 70 anos, a convivência pacífica dos povos naquela zona.
"O que a União Soviética garantiu foi a subjugação dos povos, e aqueles que por acaso se revoltavam, iam para a Sibéria, ou esperava-lhes a morte e a fome nos seus próprios países", corrigiu, acrescentando que "houve um perigo para Portugal" quando "tivemos um governo dependente do PCP".
Para Cecília Meireles, "os extremismos, infelizmente têm muitas formas" e o PCP "nunca andou mascarado, houve foi muita gente que não queria ver".
Já a socialista Isabel Moreira, convidada a fazer a mesma análise, defendeu que "não pode haver 'mas'" à condenação de um conflito como este.
"É absolutamente indesculpável a postura do PCP porque há momentos em que não se pode dizer "mas". O PCP tem todo o direito - e houve, aliás, vários analistas não alinhados ao PCP que, antes da invasão, criticaram a forma como os Estados Unidos estavam a atuar diplomaticamente, que disseram que a Europa não esteve bem desde 2014 - toda a gente tem direito a fazer estas análises", sublinhou.
"Agora, a partir do momento em que Putin se atrave a fazer um discurso em que decide que a Ucrânia não é um país, não tem o direito a ser um país, e invade aquele país, não há 'mas', há um momento em que a pessoa tem de tomar posição", defendeu Isabel Moreira.
Leia Também: Ucrânia. Pelo PCP e BE "o apoio financeiro não seria aprovado"