O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou, esta sexta-feira, um alerta, ao lembrar que é importante "tentar responder à inflação" sem "matar a economia".
"É preciso haver muito bom senso durante este ano 2022, porque se for verdade aquilo que diz o senhor governador do Banco de Portugal - que há cenários que apontam para uma desaceleração das economias como consequência da guerra e, no pior dos cenários até chegar a 0% de crescimento ou menos de 0% - colocar em cima disso um aumento de juros tem um efeito de estagnação", começou por dizer o chefe de Estado, que falou aos jornalistas à margem do XVIII Congresso da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), em Braga.
"Estagnação com inflação ao mesmo tempo é um cenário que, em parte, nós vimos há 50 anos e é muito difícil lidar com ele", alertou.
Desta forma, o Presidente considera que, "tudo o que seja feito para lidar com inflação", sem criar estagnação, "é bem vindo".
"Por isso é que eu disse 'cuidado', e ele [presidente do Banco de Portugal] também disse 'cuidado com bons propósitos', que é tentar responder à inflação, não matar a economia, não matar o crescimento", reiterou.
Questionado sobre se se referia a medidas “precipitadas”, Marcelo concordou. "É isso mesmo. Precipitado seria durante o ano 2022 começar a fazer aquilo que outras economias mais poderosas, que não têm risco de estagnação, como a americana, estão a fazer. Mas a americana é a americana e as europeias são as europeias", disse.
Ao ser interrogado sobre se o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e se as verbas deste poderia ser utilizadas para ajudar a economia, o Presidente foi claro: "São coisas diferentes". Marcelo lembrou que o PRR tem os seus “destinos” enquanto as medidas específicas devido à situação de guerra são medidas de intervenção com outra base de apoio.
[Notícia atualizada às 19h36]
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