CDS-PP. Mattos Chaves quer líder escolhido em eleição direta por todos
O candidato à presidência do CDS-PP Miguel Mattos Chaves defende, na sua moção de estratégia global, que o líder seja eleito de forma direta por todos os militantes e os candidatos a deputados escolhidos em primárias.
© Facebook/Miguel Mattos Chaves
Política CDS-PP
Estas propostas constam da moção de estratégia global (de cinco páginas) que o também vogal da Comissão Política Nacional vai levar a votos no 29.º Congresso do CDS-PP, agendado para 02 e 03 de abril, em Guimarães (distrito de Braga).
No documento enviado à agência Lusa e intitulado "O Futuro para o CDS-Partido Popular", o dirigente centrista defende o regresso à eleição direta do presidente do CDS-PP, "pelo universo de todos os militantes, abrindo assim o partido à sociedade e à participação mais ativa de todos os militantes de base".
O CDS-PP já teve este método, mas aprovou em 2011 o regresso aos congressos eletivos.
Quanto à escolha dos candidatos a deputados nas eleições legislativas, o primeiro subscritor da moção propõe "eleições primárias em cada distrito".
Ao presidente do partido, que poderia ser candidato "pelo distrito que entender", caberia escolher o cabeça de lista pelos círculos de Lisboa, Porto, Aveiro e Braga.
Nas últimas eleições legislativas, a direção nacional tem escolhido os cabeças de lista nos vários círculos e os primeiros lugares em Lisboa e Porto, e os restantes nomes foram indicados pelas estruturas locais.
Estas ideias já constavam da moção de estratégia global que Miguel Mattos Chaves apresentou no último congresso centrista, em 2019, com o mesmo nome "O Futuro para o CDS-PP".
O candidato quer também "reorganizar operacionalmente a secretaria-geral", mas não adianta como propõe fazê-lo e defende uma "maior participação política as estruturas distritais e concelhias e todos os militantes em geral, segundo as suas capacidades, nos destinos e na atuação do partido".
O dirigente traça como objetivo recuperar as finanças do partido, através de uma "gestão rigorosa", passando pela "eliminação do passivo financeiro, bem como a obtenção de fundos para a projeção de novas atividades futuras".
No que toca aos recursos humanos, o candidato à liderança quer reorganizar "a estrutura de pessoal da sede nacional" e afirma que abdicará de receber salário do CDS-PP "até à regularização e satisfação do passivo financeiro (dívidas à banca e a fornecedores)".
Na moção de estratégia global que apresenta ao congresso de abril, o dirigente propõe igualmente um "programa de atividades dirigidos aos militantes e simpatizantes e aos potenciais eleitores", que inclua ações de formação política e convenções anuais de trabalho autárquico.
Ao nível das linhas programáticas, o militante quer que o partido lute pela diminuição de impostos e a atualização das pensões, pela liberdade de escolha na educação e na saúde, que se assuma como defensor da família e do casamento como "forma de união matrimonial entre homem e mulher e só a esta se deve aplicar", e recuse a "falsa ideologia do género", o aborto e a eutanásia.
Miguel Mattos Chaves tem levado a votos as moções de estratégia global que apresentou nos últimos congressos e já foi candidato à liderança em 2005.
O candidato vai apresentar a sua candidatura na sexta-feira, na sede nacional do CDS-PP, em Lisboa.
O 29.º Congresso do CDS-PP vai eleger o sucessor de Francisco Rodrigues dos Santos, que se demitiu da presidência do partido e não irá recandidatar-se na sequência dos resultados eleitorais nas legislativas de 30 de janeiro, que afastaram os centristas da Assembleia da República.
Além de Miguel Mattos Chaves, é também candidato à liderança no próximo congresso o eurodeputado centrista, Nuno Melo.
O prazo para entrega de moções de estratégia global, que fixam a orientação geral do partido para os próximos dois anos, termina hoje.
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