"Enquanto a facilidade com que se agride agentes da autoridade, profissionais de saúde numa urgência hospitalar (já para não falar de bombeiros ou professores) for inversamente proporcional à contundência da condenação social, à indignação da esquerda que protesta ou governa, ou à rapidez e eficácia exemplar da resposta do Estado, estamos em terreno fértil para os populistas", escreveu o dirigente do CDS-PP, numa publicação na rede social Facebook.
Miguel Barbosa considerou que "a violência na noite não é um problema de hoje nem terá solução definitiva ou completa", mas alertou que "começa a atingir proporções inaceitáveis".
"Há 20 ou 30 anos a Europa teve de enfrentar um problema semelhante com a escalada de violência no desporto, sobretudo no futebol. Não deve ser preciso inventar nada. Basta querer. Os que se alimentam do problema - e que dele não podem por isso prescindir - são queixa sem solução", afirmou.
O vice-presidente dos democratas-cristãos considerou que "é também por isto que o CDS-PP faz falta no parlamento", referindo-se à falta de representação na Assembleia da República do partido que resultou das legislativas de 30 de janeiro.
"As suas razões de sempre são ferramenta essencial para a construção de propostas sóbrias e eficazes", defendeu.
Quatro polícias foram violentamente agredidos, cerca das 06:30 de hoje, por um grupo de dez pessoas, junto à discoteca MOME, na 24 de julho, Lisboa, encontrando-se um dos agentes, de cerca de 30 anos, em coma no Hospital de São José, onde já se encontra a família a receber apoio psicológico.
Uma vez que a situação configura o crime de homicídio, na forma tentada, o caso já foi entregue à Polícia Judiciária (PJ) para investigação, admitindo-se que as imagens de videovigilância no exterior da discoteca possam ser úteis na identificação dos agressores.
A ministra da Administração Interna já manifestou "preocupação face à brutalidade e violência da agressão" contra polícias na noite de Lisboa, classificou tais atos de "intoleráveis" e prometeu um "rápido apuramento dos factos".
"Francisca Van Dunem manifesta a sua preocupação face à brutalidade e violência da agressão, totalmente intoleráveis e que justificam um rápido apuramento dos factos e a responsabilização dos seus autores", referiu o Ministério da Administração Interna (MAI).
Na mesma nota de imprensa, a ministra exprimiu também a sua solidariedade para com os agentes agredidos, e com as suas famílias, e, em particular, com o agente que se encontra hospitalizado, em estado grave.
Relativamente a este último polícia, a ministra disse ter "a expectativa de que consiga vencer a luta pela sobrevivência e ultrapassar as terríveis dificuldades deste momento".
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