Reação do PCP é uma "surpresa". "Estamos a mostrar solidariedade"

Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considera que a AR sabe "quando há uma agressão e, quando há, condenamos o agressor e apoiamos a vítima".

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Marta Ferreira
21/04/2022 09:48 ‧ 21/04/2022 por Marta Ferreira

Política

Augusto Santos Silva

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, disse esta quinta-feira que foi "apanhado de surpresa pela reação do PCP à guerra contra a Ucrânia". Em declarações à CNN Portugal, Santos Silva afirma que "é uma decisão do grupo parlamentar", referindo-se ao anúncio de que o partido comunista não marcará presença na AR durante discurso do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O presidente da AR ressaltou que há mais 224 deputados que marcarão presença, desvalorizando a ausência dos 6 deputados do PCP. 

Quanto às acusações dos comunistas - de que a AR está a dar palco "à instigação da escalada da guerra" com a "participação de alguém como Volodymyr Zelensky, que personifica um poder xenófobo e belicista" -, Santos Silva rejeita as acusações. Diz antes que a Assembleia da República está "a apoiar e a mostrar solidariedade com o presidente de um país que está a lutar pela sua independência".

"Sabemos quando há uma agressão e quando há condenamos o agressor e apoiamos a vítima", sublinhou ainda. 

Quanto ao discurso de abertura, o presidente da AR diz que "está quase pronto" e refere que trará "duas mensagens muito simples, em nome de todo o Parlamento" e "em nome de todo o povo português".

"A primeira mensagem é de solidariedade para com toda a Ucrânia que é um país agredido que está a lutar pela sua soberania, pela sua independência e integridade territorial e a segunda é de apoio, quer no plano bilateral quer enquanto membro da União Europeia e da NATO. Portugal não tem faltado com o apoio", explica o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros. 

O presidente da Ucrânia fará hoje uma intervenção por videoconferência no parlamento português, numa sessão solene com altas entidades do Estado e representantes da comunidade ucraniana nas galerias, mas sem a presença dos seis deputados do PCP.

A sessão solene de boas-vindas a Volodymyr Zelensky está marcada para as 17h00 e o discurso terá tradução simultânea: quem estiver presente na Sala das Sessões ouvirá a voz do presidente ucraniano, com o som da tradução em português por cima, sem recurso a auriculares.

Leia Também: Com relações marcadas por apoio (e uma crítica), que dirá Zelensky na AR?

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