"Nós hoje assistimos a um momento evidentemente histórico e neste momento histórico ali dentro não estiveram os deputados do PCP, que elegeram deputados à Assembleia da República. Em compensação, o CDS não elegeu deputados à Assembleia da República mas nós estamos aqui, e fizemos questão de estar aqui hoje porque esta é realmente a casa mãe da democracia", afirmou Nuno Melo.
O líder centrista falava aos jornalistas no final da sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que se dirigiu ao parlamento português por videoconferência. Os deputados do PCP não estiveram presentes.
Nuno Melo considerou que "o que hoje aqui se esteve a discutir e o que esteve em causa foi a opção por uma de duas circunstâncias da vida: ou a defesa das democracias ou ficar do lado das ditaduras, ou estar do lado do respeito pelos direitos humanos ou pelo contrário ter um discurso justificativo, mesmo pela ausência, de quem os viola".
Apesar de o CDS-PP ter perdido a representação na Assembleia da República pela primeira vez em mais de 40 anos, Nuno Melo (também eurodeputado) e o antigo líder parlamentar Telmo Correia marcaram presença, tendo assistido à cerimónia nas galerias da Sala das Sessões.
"O lugar do CDS é junto dos democratas e num dia como hoje nunca o CDS poderia deixar de comparecer", justificou, afirmando que "é pela democracia, é pelo respeito pelos direitos humanos, é pela liberdade".
E salientou que, se no Parlamento Europeu tem, "através do PPE, estado do lado, como o CDS, desta luta justa dos ucranianos contra a opressão, por maioria de razão essa luta deve começar aqui em Portugal".
O Presidente da Ucrânia dirigiu-se hoje ao parlamento português por videoconferência, numa sessão solene de boas-vindas que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa.
No seu discurso, Volodymyr Zelensky pediu armamento pesado e o reforço das sanções à Rússia, e deixou um apelo para que Portugal apoie o processo para a Ucrânia aderir à União Europeia e que use a sua influência nos países de língua portuguesa para estes estarem do lado dos ucranianos.
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