Para Paula Marques, que votou a favor das mudanças propostas pelo Livre, está em causa "melhorar a qualidade do ar e o ambiente da cidade" e "ninguém pode ficar fora desta preocupação com o ambiente, que Lisboa já assumiu como prioritária para o futuro".
"É nesse sentido que temos de prosseguir caminho, mas importa no processo ouvir e envolver todos os parceiros no terreno, desde as juntas de freguesia às entidades locais, as associações de moradores, como referi quando aprovámos a proposta ontem apresentada pelo Livre", disse a vereadora do Movimento Cidadãos por Lisboa, em comunicado.
A proposta aprovada pelo executivo de Lisboa determina a redução em 10 quilómetros/hora (km/h) da velocidade máxima de circulação permitida atualmente em toda a cidade e a eliminação do trânsito automóvel na Avenida da Liberdade aos domingos e feriados.
Foi decidido ainda que o corte do trânsito automóvel aos domingos deve ser alargado a todas as freguesias, aplicando-se a "uma artéria central (ou mais) com comércio e serviços locais".
A proposta do Livre foi aprovada pela oposição numa reunião privada do executivo municipal liderado por Carlos Moedas (PSD), que governa a Câmara de Lisboa sem maioria.
Votaram a favor da iniciativa "Contra a guerra, pelo clima: proposta pela redução da dependência dos combustíveis fósseis na cidade de Lisboa" oito vereadores (cinco do PS, um do Livre, um do Bloco de Esquerda e Paula Marques).
Os dois vereadores do PCP abstiveram-se e os sete da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) votaram contra.
Carlos Moedas considerou hoje que a oposição mostrou "soberba" com a aprovação desta proposta e "não está a perceber aquilo que as pessoas querem em Lisboa, que é poder decidir, é poder falar com elas".
Para Carlos Moedas, o caminho da sustentabilidade da cidade tem de ser feito com as pessoas e os comerciantes da Avenida da Liberdade "não merecem" o que foi decidido "numa altura de recuperação económica", depois de dois anos "a sofrer por causa da pandemia".
"Não merecem que de repente haja uma decisão unilateral dos vereadores da oposição", reiterou, em declarações aos jornalistas, lembrando que foi a coligação Novos Tempos que ganhou as eleições, uma situação que, afirmou, "a oposição ainda não percebeu".
No comunicado hoje divulgado a vereadora Paula Marques defendeu a aprovação da proposta, argumentando com "os sinais das alterações climáticas".
"Há, portanto, que continuar a fazer mudanças: promover a mobilidade pedonal, a utilização do transporte público, a diminuição da libertação de CO2 [dióxido de carbono]".
A vereadora lembrou os compromissos do Movimento dos Cidadãos por Lisboa (CPL) em 2021, nas mais recentes eleições autárquicas, de defender "o reforço da rede de acessibilidade pedonal e da rede transportes públicos, para promover a cidade saudável".
Leia Também: Mudanças no trânsito em Lisboa é "emaranhado" difícil de aplicar, diz PCP