À margem da Marcha Azul pelo Clima, que se realizou quarta-feira ao fim do dia na zona onde decorre a Conferência dos Oceanos, em Lisboa, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre a nova solução aeroportuária para Lisboa que foi conhecida.
"O aeroporto do Montijo é um erro. É um erro do ponto de vista climático, do ponto de vista ambiental, dos ecossistemas. É um aeroporto que vai ficar inundado com a subida do nível das águas e, portanto, nada justifica que seja feito. É absurdo, é uma má decisão", criticou.
Para a líder do BE, é também um absurdo que, no momento em que se discute o clima, o Governo decida "fazer não um, mas dois aeroportos".
"O que tem sentido mesmo é substituir a Portela por Alcochete, ter uma outra visão para o transporte aéreo e num momento em que o Governo anuncia dois aeroportos e não desiste do Montijo estamos aqui numa marcha climática, perguntamos se é uma brincadeira de mau gosto", afirmou.
Catarina Martins recordou que à tarde, numa primeira reação no parlamento, a deputada do BE anunciou o requerimento do partido para chamar o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, para prestar esclarecimentos.
O Governo tem uma nova solução aeroportuária para Lisboa, que passa pela construção, até 2026, de um novo aeroporto no Montijo, e por encerrar o aeroporto Humberto Delgado, quando estiver concluído o de Alcochete.
O plano passa por acelerar a construção do aeroporto do Montijo, uma solução para responder ao aumento da procura em Lisboa, complementar ao aeroporto Humberto Delgado, até à concretização do aeroporto em Alcochete, apontada para 2035, segundo o Ministério das Infraestruturas.
O Governo atribuiu ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil a elaboração do Plano de Ampliação da Capacidade Aeroportuária da Região de Lisboa e respetiva avaliação ambiental estratégica, o estudo da construção do aeroporto do Montijo, enquanto infraestrutura de transição, e do novo aeroporto 'stand alone' (único) no Campo de Tiro de Alcochete.
Leia Também: Aeroportos. Ambientalistas consideram anúncio governamental ilegal