"Comparar Geringonça com eleições angolanas é, no mínimo, desrespeitador"
Isabel Moreira lançou farpas a Marcelo Rebelo de Sousa devido a um comentário do Presidente da República que está em Angola para a tomada de posse de João Lourenço.
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Política Isabel Moreira
Isabel Moreira, deputada pelo Partido Socialista (PS), lançou farpas a Marcelo Rebelo de Sousa por comentários que o Presidente da República proferiu em Angola, onde se encontra para a tomada de posse de João Lourenço, alegadamente comparando as eleições neste país com o Governo de 2015 que existiu em Portugal - denominado de 'Geringonça'.
"Comparar o Governo formado em 2015 com as eleições angolanas é, no mínimo, desrespeitador da nossa República", considera a parlamentar, acrescentando: "Isto é grave".
Em causa estão as declarações do Chefe de Estado que, questionado sobre a questão de "legitimidade" de João Lourenço, colocada em causa pela oposição, sublinhou que "o mais importante" é que haja "maturidade", sobretudo devido à guerra, à pandemia e à crise económica, e lembrou que uma situação semelhante ocorreu em Portugal, em 2015, após as legislativas disputadas entre António Costa e Pedro Passos Coelho, que deu origem à 'Geringonça'.
Comparar o Governo formado em 2015 eleições angolanas é, no mínimo, desrespeitador da nossa República. Isto é grave. https://t.co/0lUAE91C28
— Isabel Moreira (@IsabelLMMoreira) September 15, 2022
"Tivemos um debate sobre legitimidade em Portugal em 2015/2016 quando eu assumi funções, discutia-se sobre a legitimidade das forças que iam exercer Governo, uns diziam que deviam ser uns, outros que deviam ser outros, de acordo com a leitura diversa das eleições", lembrou.
"O mais importante é que (...) haja a maturidade", defendeu, referindo que isso se traduz no facto de o debate sobre legitimidade não afetar "o funcionamento das instituições".
"Aqui o importante é que o presidente assuma as suas funções, e que o poder executivo funcione, e o parlamento tenha todos os membros eleitos a assumir as suas funções e que o parlamento tenham um papel que é muito importante na Constituição deste grande país e corra bem para Angola", notou.
"Correr bem para Angola é correr bem para Portugal", concluiu.
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