"Nós temos muita fé em Moçambique e esperamos ardentemente que consiga desenvolver a sua economia", disse à Lusa, acerca do que o 12.º Congresso pode significar para a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde a independência.
"As jazidas de gás no norte têm um potencial assinalável para todo o mundo e temos muita fé que Moçambique saberá desenvolver esses projetos" para "dar ao povo moçambicano o desenvolvimento que merece ter", referiu.
"Nós cá estaremos para ajudar", acrescentou, aludindo a Portugal e à relação de "países irmãos".
"Há laços a todos os níveis" e "um partido como o PSD, do arco da governação, nunca podia deixar de manter uma relação de relativa proximidade" com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), "com salvaguarda dos posicionamentos ideológicos de cada um, que são diferentes", detalhou Cesário.
Ideologias à parte, o social-democrata destacou tratar-se de dois partidos que, "quando colaboram, é sempre na ótica da governação".
"Evidentemente que hoje estamos na oposição em Portugal, mas temos consciência de que um dia voltaremos a estar no Governo e, portanto, este tipo de relações têm de ser aprofundadas", disse.
"Não deixa de ser interessante nós estarmos aqui" e "o partido do Governo em Portugal não estar presente", acrescentou o antigo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, referindo-se ao PS.
O presidente dos socialistas, Carlos César, enviou hoje uma mensagem ao congresso da FRELIMO, em que saudou o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e salientou a "cumplicidade incontornável" entre portugueses e moçambicanos.
Para José Cesário, entre os temas que vale sempre a pena discutir nestes encontros estão "a mobilidade no contexto dos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a implantação de empresas" em Moçambique e em Portugal, aspetos da cooperação militar ou outros ligados à língua.
"Temos muitas questões que temos de discutir", concluiu.
O 12.º Congresso da Frelimo decorre desde sexta-feira até quarta num encontro em que o atual líder é o único candidato anunciado à presidência.
Durante o encontro na Matola, subúrbios de Maputo, serão ainda eleitos os novos órgãos sociais: o Comité Central, ao qual caberá a escolha do secretário-geral, a Comissão Política e o Comité de Verificação.
Depois do congresso, passará pelos novos órgãos a escolha do candidato às eleições presidenciais de 2024.
O 12.º Congresso da Frelimo conta com a participação de cerca de 1.500 delegados.
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