PS aceitou revisão constitucional por estar "afundado" em escândalos

A coordenadora do BE acusou o PS de aceitar falar numa revisão constitucional porque está "afundado num mar de escândalos" e criticou o Governo por não querer falar do Orçamento de Estado (OE) para 2023. 

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Lusa
11/11/2022 23:41 ‧ 11/11/2022 por Lusa

Política

Bloco de Esquerda

"O Partido Socialista, enfim, viu o seu Governo envolvido em tantos escândalos, uma confusão tão grande para explicar as suas decisões que nem a demissão de um secretário de Estado pode apagar a falta de explicação de como é que sequer foi nomeado secretário de Estado quando já estava naquela situação (...) e, afundado neste mar de escândalos diz vamos então à revisão constitucional, foi começada por Chega, não interessa nada", acusou Catarina Martins, no Porto, a discursar da 1ª Gala Anticlima.

Considerando que "hoje foi realmente um dia absolutamente invulgar no Parlamento" por terminar o prazo para entregar propostas do Orçamento do Estado e o último dia para entregar propostas de revisão constitucional, Catarina Martins salientou que o BE "valoriza esta Constituição".

"Bem sei, sete revisões constitucionais que já aconteceram entre PS e PSD descaracterizaram tantos direitos. Mas, na verdade, a Constituição continua a ser esse referente de direitos de solidariedade de um país que se quer construir a olhar para o futuro", realçou.

A líder do Bloco lembrou, por isso, que BE propôs "pela primeira vez a criação de artigos novos da Constituição, com a responsabilidade da defesa da natureza e também do bem-estar animal".

Para Catarina Martins a Constituição para o século XXI deve ter "na sua organização económica os apoios fundamentais ao território para que ele possa estar preparado para as alterações climáticas e para que as populações sejam apoiadas na forma como enfrentam essas alterações climáticas".

"Uma Constituição para o século XXI será que aprofunda os direitos, a que cria novos direitos e que tem também o clima", disse.

Sobre o OE para 2023, Catarina Martins criticou o Governo, acusando-o de não querer falar sobre o tema: "[O Governo] não quer falar do Orçamento do Estado e percebemos porquê (...) A perda real dos salários médios, neste momento, compara-se aos tempos da troika é por isso que o Partido Socialista não quer falar do Orçamento, porque no Orçamento não tem nenhuma medida para evitar o empobrecimento de quem trabalha, muito pelo contrário", apontou Catarina Martins, no Porto, a participar na 1ª Gala Anticlimática.

A líder bloquista salientou que o país precisa de "responsabilidade politica" e que esta passa pelo combate à inflação: "É um combate por melhores salários, é um combate por melhores pensões e é um combate contra a especulação", enumerou.

Sobre o OE para 2023, Catarina Martins defendeu que "tem de ser o Orçamento em que se taxam os lucros excessivos, desde logo das energéticas", apontando o dedo ao Governo por andar a anunciar "várias coisas" que não constam no documento.

"Não sei se repararam em todas as coisas que anuncia, dos lucros excessivos a medidas sobre os créditos à habitação, enfim, as várias medidas. Nenhuma está no orçamento. Nenhuma está, a [de taxar] os lucros excessivos de quem tem feito milhões à conta dos preços absurdos de energia que a população paga, esses não estão no orçamento e pelo PS continuarão intocáveis", salientou.

Leia Também: Constituição. PS quer consagrar identidade de género e tirar palavra raça

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