PCP acusa Governo de limitar salários perante novo aumento de preços

O PCP acusou hoje o Governo de querer impor salários em 2025 que aprofundam as desigualdades, considerando que são insuficientes perante uma nova subida de preços, e defendeu que, no novo ano, o país precisa de uma política nova.

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Lusa
03/01/2025 12:58 ‧ ontem por Lusa

Política

PCP

Em conferência de imprensa na sede nacional do PCP, em Lisboa, a dirigente comunista Margarida Botelho elencou um conjunto de bens essenciais - como o pão, leite, café, ovos ou carne - cujo preço aumento com o início do novo ano.

 

"Estes aumentos somam-se aos dos últimos anos. Em relação a 2021, o nível médio de preços subiu 16,1%, mas, se olharmos para as despesas das famílias com produtos alimentares, a diferença é de mais 27% e, com a habitação, eletricidade, água, gás e outros combustíveis, é de mais de 17,7%", indicou.

Neste contexto, a membro do Secretariado e da Comissão Política do Comité Central do PCP defendeu que "os salários são baixos e os grupos económicos e os governos ao seu serviço fazem tudo para limitar o seu aumento".

"Os salários que o Governo e o grande patronato procuram impor para 2025 aprofundam ainda mais as injustiças e as desigualdades, bem patentes no volume de lucros dos principais 19 grupos económicos: 32 milhões de euros de lucros por dia, com destaque para a acumulação por parte da banca", criticou.

Margarida Botelho defendeu que esta situação se deve a políticas implementadas por Governos anteriores, mas que têm agora "continuidade e acentuação nas opções de PSD e CDS, que recolhem o apoio do Chega e da Iniciativa Liberal (IL) e a cumplicidade do PS".

Para a dirigente do PCP, "a cada dia que passa se coloca com mais força a emergência do aumento dos salários e das reformas, num país em que quase dois milhões de pessoas, incluindo 300 mil crianças, vivem abaixo do limiar da pobreza, e em que um milhão de reformados tem pensões abaixo de 510 euros".

Margarida Botelho defendeu que "o que o país precisa neste novo ano é de uma nova política", insistindo em medidas que foram bandeiras do partido em 2024, como o aumento do salário mínimo para os 1.000 euros, das reformas em pelo menos 5% ou a regulação de preços nas telecomunicações ou energia.

"Aumentar os salários e as pensões bem acima do preço da inflação, regular os preços dos bens e serviços, valorizar as carreiras e profissões e dignificar o trabalho, regulando e reduzindo horários, erradicando a precariedade e promovendo o pleno emprego, são fatores essenciais para melhorar as condições de vida do nosso povo", sustentou.

A dirigente do PCP considerou que, para conseguir concretizar essas medidas, "a luta dos trabalhadores e do povo" vai ser decisiva, recordando que, no passado, também foi possível "garantir tarifas reguladas de energia e gás, conquistar a redução do preço dos passes intermodais nos transportes" ou, em 2024, acabar com as portagens nas ex-SCUT.

"Em 2025, com a luta, será possível defender direitos, aumentar salários e pensões, salvaguardar e reforçar os serviços públicos", disse, afirmando que "os trabalhadores e o povo sabem que podem contar neste novo ano com o PCP na iniciativa, na proposta e na luta por uma vida melhor".

Questionada sobre como é que o PCP propõe manter o equilíbrio orçamental com propostas como o aumento do salário mínimo para os 1.000 euros, Margarida Botelho respondeu que é uma questão de opção política.

"Queremos continuar uma política de favorecer a concentração de mais lucros em grupos económicos que não estão propriamente em dificuldades ou optamos por distribuir a riqueza que está criada melhor, através dos salários e das pensões ou da valorização dos salários públicos?", perguntou.

Leia Também: PCP considera que combate às desigualdades só com política alternativa

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