"Regressou o discurso das inevitabilidades, como se estivéssemos condenados a uma fatalidade, mas não tem de ser assim", sustentou Paula Santos, perante os delegados e militantes comunistas na Conferência Nacional do partido, em Corroios, Seixal, que termina hoje com o discurso do secretário-geral eleito, Paulo Raimundo.
"O que impera são as imposições da maioria absoluta", reforçou a deputada, e a degradação das condições de vida dos portugueses nos últimos meses são consequências das "opções política do PS secundarizadas pelos partidos de direita", como a falta de resolução dos "problemas estruturais" e as "desigualdades na distribuição da riqueza".
Há um ano o PCP rejeitou viabilizar a proposta de Orçamento do Estado para 2022 e Paula Santos defendeu que a realidade do país hoje dá força a essa decisão. Quando era necessária a "valorização dos salários e das pensões" o PS foi contra e "um ano depois os problemas agravaram-se" por causa dessa opção, completou.
A Agenda para o Trabalho Digno foi apresentada pelo Governo socialista com uma solução para valorizar os trabalhadores, mas a líder da bancada comunista considerou que "digno só mesmo no nome, porque o seu conteúdo é extremamente prejudicial".
Em 2023, o "tal propalado Orçamento do Estado que o Governo não se cansou de repetir que é o mais à esquerda de sempre" acabou por se revelar o contrário, considerou.
No âmbito da discussão na especialidade da proposta de lei orçamental para o próximo ano, o PCP entregou projeto de alteração que incluem a taxação dos lucros extraordinários das maiores empresas, a gratuitidade das creches para crianças de todas as idades, o aumento generalizado dos salários e do salário mínimo nacional e o controlo das rendas, entre outras.
Agora, os socialistas "terão de se posicionar perante estas propostas do PCP", desafiou Paula Santos.
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