Tavares desafia Montenegro a demitir-se já mas fica sem resposta

O porta-voz do Livre Rui Tavares desafiou hoje o primeiro-ministro a demitir-se já, considerando que a moção de confiança anunciada é uma "mera formalidade" e responsabilizando-o pela "crise política", mas ficou sem resposta.

Notícia

© Reinaldo Rodrigues

Lusa
05/03/2025 18:28 ‧ há 8 horas por Lusa

Política

AR/Censura

Durante o debate da moção de censura apresentada pelo PCP, na Assembleia da República, o dirigente do Livre disse que os partidos já disseram que "não tinham confiança institucional e política no primeiro-ministro para gerir os seus conflitos de interesse porque não os tinha conseguido gerir até agora".

 

"Numa situação desta, a moção de confiança é uma mera formalidade. O senhor primeiro-ministro não tem a confiança da maioria absoluta deste parlamento e, portanto, a pergunta muito clara é porquê é que não se demite já?", questionou o dirigente.

Afirmando que "este governo perdurou 11 meses", Rui Tavares pediu ao primeiro-ministro que "pare de perdurar" e "deixe o país fazer" e considerou que Montenegro "sabia que esse conflito de interesses colocava em causa a sua capacidade de continuar a liderar o Governo".

"O país está mergulhado numa crise política por responsabilidade única e exclusiva do senhor primeiro-ministro", defendeu também, considerando que Luís Montenegro "poderia ter fechado a empresa, retirado a empresa da sua esfera familiar, extinguido a empresa, entregado a uma gestão profissional independente" e evitava desta forma uma crise política.

O dirigente do Livre afirmou ainda que o primeiro-ministro não foi a Kiev para a cimeira de líderes internacionais quando se assinalaram três anos de guerra, porque para ter estado na capital ucraniana em 24 de fevereiro "não poderia ter estado a jogar golfe com o dono do casino Solverde" no dia anterior.

Na réplica a este e outros pedidos de esclarecimento, o primeiro-ministro não respondeu diretamente ao desafio deixado por Rui Tavares e acusou os deputados de nunca estarem satisfeitos, independentemente das respostas que dê.

"Por mais que se tente explicar, por mais que se tente demonstrar que não há nenhuma perturbação, nem houve, nem da minha condição de dedicação exclusiva, nem da minha condição e dos membros do Governo de total independência para gerir aquilo que é público", afirmou.

Luís Montenegro considerou também que os partidos ficaram "tão perturbados" com o anúncio de uma moção de confiança ao parlamento por parte do Governo, especialmente André Ventura, "que aqui reclamou por ela e pôs deputados" a perguntarem por que não a apresentou mais cedo.

"No dia em que nós apresentamos a moção de confiança, afinal, deixámos de ter coragem para ter medo? Oh, senhor deputado, o senhor deputado ainda vai ser conhecido como o senhor deputado 'André Cata-vento Ventura', porque o senhor deputado está sempre a mudar de opinião", acusou.

O líder do Chega protestou e disse que os deputados do Chega "são livres" de fazer as perguntas que entenderem.

Luís Montenegro disse não foi sua intenção ofender a bancada do Chega e que acredita que Ventura "não tem nada a ver com aquilo que os deputados do Chega dizem e afirmam na Assembleia da República".

"Também não tive a ocasião de perguntar ao senhor deputado André Ventura quais foram e são os clientes que ele serviu quando era prestador de serviços numa consultora", acrescentou.

No que toca à empresa, disse que "podia ter feito muitas coisas para esconder aquilo" que "não quis esconder" e afirmou que no debate da moção de censura do Chega "tentou dar resposta às questões que lhe foram colocadas, a cada uma delas" e "nunca se furtou ao esclarecimento".

Quanto aos clientes da Spinumviva, o primeiro-ministro afirmou que já são conhecidos e disse ter tido conhecimento "antes de entrar no debate" da decisão do Grupo Solverde de cessar o contrato de prestação de serviços com esta empresa.

Luís Montenegro disse ter "quase a certeza absoluta" que quando este grupo de casinos arranjar um substituto para os serviços prestados pela sua empresa familiar, "o valor desses serviços vai ser superior àquele que pagaram" à empresa que é agora dos seus filhos.

Leia Também: Livre pede intervenção de Marcelo sobre funcionamento das instituições

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas