Governo "não tem condições para se manter em funções". Queda "inevitável"

O secretário-geral do PCP defendeu hoje que o Governo "não tem condições para se manter em funções", considerando que qualquer esclarecimento adicional que o primeiro-ministro possa dar no debate não alterará esse desfecho "inevitável".

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Lusa
05/03/2025 15:34 ‧ ontem por Lusa

Política

PCP

Na abertura do debate da moção de censura do PCP ao Governo, na Assembleia da República, Paulo Raimundo defendeu que "a sucessão de factos que se acumulam, envolvendo membros do Governo e o próprio primeiro-ministro, não são obra do acaso"

 

"São expressão da mistura entre funções públicas e interesses pessoais, e da confusão entre a sua política e o poder económico", afirmou, salientando que o partido denuncia há muito "que o Governo está ao serviço dos interesses dos grupos económicos".

Frisando que o Governo e o primeiro-ministro "podem e devem" dar "todos os esclarecimentos a todas as perguntas", Paulo Raimundo considerou, contudo, que "daí não surgirão elementos que alterem a inevitável e urgente decisão que se impõe hoje".

"Nada do que venha agora a dizer altera os factos até hoje conhecidos e que são, por si só, bastantes para concluir que o Governo não tem condições para se manter em funções", defendeu.

Para o secretário-geral do PCP, "a situação em que o primeiro-ministro e o Governo se encontram coloca a urgência de uma clarificação".

"Não fazê-lo hoje é arrastar a situação e alimentar a degradação da vida política nacional", defendeu.

Numa alusão às críticas do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos - que acusou o PCP de ter "mordido o isco" ao apresentar uma moção de censura -, Paulo Raimundo considerou que essas críticas foram precipitadas e mostram que quem as fez está "profundamente desoriente e preso nos seus compromissos".

"Não foi o PCP que mordeu o isco, foram outros que caíram na rede e no truque que o Governo lançou para garantir a todo o custo a sua sobrevivência. O que o Governo queria, e há quem lhe tenha feito a vontade, era que todos nós nos pronunciássemos a partir dos critérios, dos assuntos e do calendário mais favorável ao Governo", criticou.

O secretário-geral do PCP sustentou que o primeiro-ministro "não tinha ideia sequer" de apresentar uma moção de confiança quando fez a declaração ao país no sábado, considerando que, "o que lhe sobrou nos truques de linguagem, faltou-lhe na coragem e na transparência".

"Mas bastou esse aceno para que muitos tivessem escorregado na manobra e de imediato se enrolassem em taticismos. Perante o truque, ou se cedia ou se enfrentava, e a resposta do PCP foi rápida e foi clara: não andamos a brincar à política. Brincar à política é brincar com a vida das pessoas", disse.

Paulo Raimundo salientou que a moção de censura que vai hoje a votos visa acabar com uma "política que acentua a exploração, as injustiças e as desigualdades", submetida "às imposições da União Europeia", e que "prossegue e acentua os baixos salários e as pensões", "aprofunda as dificuldades no acesso à saúde", habitação ou educação.

Para o secretário-geral do PCP, "hoje é o dia para travar este caminho de desastre e fazê-lo só depende da decisão dos deputados que aqui hoje estão sentados".

"A moção de censura do PCP é uma oportunidade para travar agora a política em curso e para credibilizar a vida política nacional. Inviabilizar esta moção é prolongar e acentuar essa mesma crise essa mesma instabilidade política", afirmou, antes de se dirigir a Luís Montenegro para lhe dizer que "o seu Governo está derrotado".

"O que falta saber é se há hoje responsabilidade e vontade de confirmar esse inevitável desfecho ou se há quem opte por salvar o Governo. (...) Quem optar por não votar favoravelmente a moção de censura, terá de responder por isso e ficará associado ao mais certo desfecho de toda esta situação", avisou.

Dirigindo-se a quem considera que "o povo não quer eleições", Paulo Raimundo contrapôs que "o que o povo não quer mesmo é viver cada dia com mais dificuldades".

Leia Também: AO MINUTO: Governo avança com moção de confiança

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