"Se houver eleições, o candidato do PSD será o grande primeiro-ministro"

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, afirmou que, apesar de saber que Luís Montenegro "ganhará" umas eventuais eleições legislativas, o país "precisa de estabilidade".

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© PSD/ flickr

Notícias ao Minuto
04/03/2025 23:35 ‧ há 4 horas por Notícias ao Minuto

Política

Hugo Soares

O líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), Hugo Soares, afirmou, esta terça-feira, que, se o Governo cair devido à polémica que envolve a empresa familiar do primeiro-ministro, Luís Montenegro será o candidato do partido. 

 

"Mas há alguma dúvida de que, se houver eleições, ele será o candidato do PSD a primeiro-ministro? Eu não tenho", atirou, após ter sido questionado numa entrevista à SIC Notícias.

"Sou secretário-geral do PSD e tenho a certeza absoluta que o PSD todo está com o presidente do PSD", acrescentou.

Defendendo que Luís Montenegro "ganhará" umas eventuais eleições legislativas, Hugo Soares alertou que "o país não está para eleições" porque "precisa de estabilidade".

"O país está a assistir incrédulo a esta fantochada política que alguns estão a criar", atirou.

Já questionado se o antigo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, poderá vir a substituir Luís Montenegro, Hugo Soares assegurou que "se houver eleições legislativas em Portugal - que eu espero que não haja - o candidato [do PSD] a primeiro-ministro será o grande primeiro-ministro que temos: Luís Montenegro".

O deputado defendeu, contudo, que estão a ser "colocados cenários em cima de cenários" e não quis "comentar cenários hipotéticos".

Hugo Soares afirmou também que foi criado um "clima político que impossibilita o primeiro-ministro de falar ao país do que quer que seja que interesse às pessoas porque está constantemente a ter de responder" às questões dos jornalistas.

Sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito anunciada pelo Partido Socialista (PS), na segunda-feira, o deputado disse "não ter dúvidas" de que Luís Montenegro "responderá a todas as perguntas", mas afirmou que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, "podia ter perguntado por escrito as dúvidas que tivesse" e não o fez.

"Pedro Nuno Santos anunciou, sem fazer uma pergunta por escrito e já depois de ter a resposta às questões orais que fez, uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Pedro Nuno Santos não quer saber a resposta a coisa nenhuma, quer chicana política", atirou.

"Não nos dá alternativa". PS avança com CPI ao caso Montenegro

Pedro Nuno Santos adiantou que já pediu uma "audiência" ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "sobre as razões da decisão do Partido Socialista" para avançar com uma Comissão Parlamentar de Inquérito, cujo requerimento será "apresentado nos próximos dias".

Notícias ao Minuto com Lusa | 20:04 - 03/03/2025

Hugo Soares deixou um apelo "ao partido responsável que é o Partido Socialista": "Não crie mais desgaste nem prejudique mais o país. Vote amanhã [a favor] a moção de censura do Partido Comunista Português (PCP) se não confia no primeiro-ministro".

O secretário-geral do PSD defendeu ainda que o primeiro-ministro "é tão sério como os outros" e lembrou que houve outros governantes a ter negócios enquanto exerciam funções.

"Vou dar um exemplo que o país se tem esquecido: Mário Soares foi primeiro-ministro e Presidente da República, em regime de exclusividade. Mário Soares e a esposa eram donos do Colégio Moderno", disse, referindo-se ao colégio fundado por João Lopes Soares, pai de Mário Soares, em Lisboa.

E acrescentou: "Estou numa casa [a SIC] que tem como sócio maioritário uma pessoa que eu muito prezo, que foi fundador do meu partido - Francisco Pinto Balsemão. Foi primeiro-ministro e era dono do Expresso. Alguém lhe pediu para vender o Expresso?"

"Vale a pena pensarmos no que queremos fazer a um homem que é tão sério pelo menos como os outros", atirou.

Sublinhe-se que a Assembleia da República discute e vota esta quarta-feira, a partir das 15h00, uma moção de censura ao Governo, destinada ao chumbo, tendo em conta Pedro Nuno Santos já anunciou que não pretende viabilizá-la.

A moção, com o título 'Travar a degradação nacional, por uma política alternativa de progresso e de desenvolvimento', foi anunciada pelo PCP após o primeiro-ministro ter feito uma declaração ao país no sábado à noite na qual admitiu avançar com uma moção de confiança ao Governo se os partidos da oposição não esclarecessem se consideram que o executivo "dispõe de condições para continuar a executar" o seu programa.

Montenegro fez esta declaração após ter sido noticiado pelo semanário Expresso que a empresa Spinumviva - até sábado detida pela sua mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, e filhos -, recebe uma avença mensal de 4.500 euros do grupo Solverde, que representou como advogado antes de ser presidente do PSD.

Já na segunda-feira, o Correio da Manhã noticiou que o primeiro-ministro utilizou "várias contas à ordem de valor inferior a 41 mil euros, que a lei não obriga a declarar, para pagar a casa que comprou em Lisboa, em 2024", enquanto a revista Visão avançou que Luís Montenegro "infringiu as regras de declaração de rendimentos" à Entidade para a Transparência.

Posteriormente, o primeiro-ministro anunciou que vai pedir à Entidade para a Transparência que audite a conformidade das suas declarações e respetiva evolução, assegurando ter cumprido todas as obrigações declarativas.

Leia Também: Marcelo reuniu-se esta terça-feira com Montenegro no Palácio de Belém

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