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Miguel Alves? "Houve enorme imprudência da parte do primeiro-ministro"

O antigo líder do PSD criticou a atitude do Governo e revelou que foi pedido um parecer jurídico sobre as medidas que não englobam as pensões dos reformados da banca.

Miguel Alves? "Houve enorme imprudência da parte do primeiro-ministro"
Notícias ao Minuto

22:29 - 13/11/22 por Notícias ao Minuto

Política Luís Marques Mendes

O comentador político Luís Marques Mendes considerou, este domingo, que a demissão de Miguel Alves do cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro era "inevitável", criticando a atitude de António Costa, que foi "imprudente".

No seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias, o antigo líder do PSD afirmou que Miguel Alves era "um ativo politicamente tóxico", por ter entrado no Governo quando era alvo de investigações. Uma nomeação que criticou muito.

"Neste caso, houve uma enorme imprudência da parte do primeiro-ministro e da parte deste secretário. Foram ambos principiantes. Este jovem, quando vem para o Governo, já tinha duas investigações, e o primeiro-ministro sabia disso. Se sabia, nunca o devia ter convidado para o Governo", afirmou Marques Mendes, que acrescentou que Costa, "com a sua imprudências, não apenas criou um problema para si próprio e para o Governo, como deu cabo durante alguns anos da carreira política" do antigo autarca de Caminha.

O comentador deu como exemplo o afastamento de um dirigente nacional do PSD que também foi alvo de buscas, elogiando a conduta do partido e de Luís Montenegro.

O antigo deputado, que integrou os governos de Cavaco Silva e de Durão Barroso, mostrou-se "impressionado" pela quantidade de 'casos' vividos em oito meses de Governo, apontando que o Executivo "está mais frágil, mas também não vai cair e é bom que não caia".

"Vale a pena recordar que este Governo tem apenas oito meses de vida. Parece quase que tem 80 anos, e o ritmo a que se sucedem as polémicas, os casos, é uma coisa impressionante. O ciclo governativo já vai longo. António Costa e o PS estão no poder há sete anos. Muito tempo no poder dá nisto. Na parte final, os governos tendem a facilitar, a não ter tanto rigor, tanto cuidado", explicou, reiterando que "o Governo está muitíssimo desgastado" com a maioria absoluta.

Sobre o primeiro-ministro, Marques Mendes considerou que António Costa "não tem hoje a mesma frescura, a mesma energia, a mesma capacidade de liderança que tinha no início". "Isto é humano, é normal, mas tem consequências", disse.

Outro caso marcou a semana no Executivo, nomeadamente a contratação pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, de um jovem militante do PS, para seu assessor. Para Luís Marques Mendes, a contratação "é legal, mas é imoral".

"A ministra tem todo o direito de escolher os seus assessores, mas pagar um valor para um jovem que não tem experiência profissional - pode ser muito talentoso -, mas de repente ganha mais do que um professor, médico, enfermeiro, com vários anos de carreira? Dá uma imagem de privilégio", afirmou o social-democrata.

Sindicato pede parecer jurídico por causa das pensões dos reformados da banca

Sobre os mais recentes dados da inflação, que aumentou para 10,1%, em outubro, Luís Marques Mendes apontou que há "um problema sério na alimentação", devido ao aumento de 18,9% nos preços dos produtos alimentares. Mas o político concentrou-se nas pensões dos reformados do setor bancário, que não foram abrangidos pelas medidas de apoio do executivo.

O antigo governante do PSD revelou que "o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários [SNQTB] pediu um parecer jurídico sobre esta matéria, para saber se a medida do Governo é constitucional".

O parecer, acrescentou Marques Mendes, "diz que a medida pode ser inconstitucional, pela violação do principio da igualdade", e coloca questões ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro e à provedora da justiça.

"O Governo tem duas hipóteses: ou altera a lei para contemplar os reformados da banca, ou então esta matéria provavelmente vai parar ao Tribunal Constitucional", considerou.

Leia Também: "Miguel Alves demitiu-se porque foi apedrejado na praça pública"

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