Na intervenção na sessão de encerramento da votação do Orçamento do Estado para 2023, Joaquim Miranda Sarmento acusou também o PS de ser "uma maioria fechada em si própria", que rejeitou 97% das propostas da oposição, e considerou que, apesar do Governo só ter oito meses parecem "ter passado oito anos".
"Este é um governo sem coordenação política, paralisado por casos e escândalos. Escândalos que se sucedem a um ritmo quase semanal, e que são cada vez mais graves. Cada novo caso é pior que o anterior. E atingem a autoridade direta do primeiro-ministro", criticou, falando em "casos sucessivos de contornos politicamente duvidosos ou, no mínimo, criticáveis".
Para o líder da bancada do PSD, "todos juntos" os vários casos "colocam em causa a credibilidade das instituições e minam a confiança dos cidadãos".
"E é isso, senhor primeiro-ministro, que alimenta também os populismos. Este é um Governo em roda livre, em deterioração acelerada sob o olhar impávido e a anuência de um primeiro-ministro em clara perda de autoridade", acusou, dizendo que o executivo de António Costa "se limita a navegar à vista da costa".
Em alternativa, defendeu, o PSD cumpriu no debate orçamental o papel que cabe ao maior partido da oposição, apresentando "soluções alternativas para o país".
"No espaço não-socialista, de centro-direita, a oposição a este governo não se faz gritando, não se faz vilipendiando, não se faz insultando, não se faz mentindo, não se faz procurando dividir os portugueses", defendeu, numa passagem aplaudida pela bancada e que mereceu alguns 'apartes' da bancada do Chega.
Para Miranda Sarmento, "no centro-direita, a oposição faz-se com os 77 deputados do PSD, com verdade, com serenidade, com pragmatismo".
O presidente do PSD, Luís Montenegro, chegou ao parlamento pouco antes do início da sessão de encerramento, à qual está a assistir no seu gabinete do grupo parlamentar social-democrata, não tendo falado aos jornalistas à entrada.
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