"O compromisso constitucional e internacional português com a defesa dos direitos e liberdades humanos exige uma tomada de posição solidária por parte da Assembleia da República, que tem agora uma oportunidade de reiterar o seu compromisso com a democracia e o Estado de Direito", refere o projeto de voto que o partido entregou no parlamento e a que a agência Lusa teve acesso.
No texto, os liberais referem "a onda de solidariedade e de manifestações pela liberdade e contra a política 'covid-zero' em curso" na China.
Devido a esta política, de acordo com o mesmo projeto, as autoridades locais "acabam por implementar quarentenas altamente repressivas, fechando os edifícios, sejam estes de habitação ou locais de trabalho, soldando ou trancando as portas e forçando as pessoas a viver em condições desumanas durante semanas, quando não meses, como já era o caso da cidade de Urumqi".
"A insatisfação popular ultrapassou a contestação da política 'covid-zero', chegando a gritos de protesto pela instituição da liberdade de expressão, defendendo a liberdade e o Estado de Direito na China, alguns exibindo folhas brancas como protesto contra a repressão e censura imposta pelo Partido Comunista Chinês, que ainda perdura e se intensificou com os protestos", relata.
O regime do país, segundo os liberais, "tem sido responsável por algumas das maiores atrocidades em massa da atualidade, nomeadamente na província de Xinjiang - de onde despontam muitos dos protestos atuais - e tem demonstrado um desrespeito sistemático pelos direitos, liberdades e garantias não só dos cidadãos do Tibete, de Xinjiang ou Hong Kong, onde a liberdade vigorava até à aprovação da Lei da Extradição em 2019".
Por isso, a IL pretende que o parlamento português demonstre "a sua solidariedade para com os manifestantes pela liberdade, pela democracia e pelo Estado de Direito na República Popular da China".
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